No que consiste ser médium? Somos médiuns somente dentro do terreiro, ou será que em todos os momentos de nossa vida a mediunidade está presente? E se está, como deve se portar um médium perante seus pensamentos e atos cotidianos?
Partindo do preceito, tirado do livro dos espíritos do codificador Allan Kardec, que mediunidade não é sinônimo de exclusividade e que todos a possuem, sendo então todos médiuns, respondemos a pergunta feito a cima, na qual a mediunidade está presente sim em todos os momentos de nossa vida.
Sabendo disso, podemos identificar a importância de uma conduta reta que devemos tomar em todos os momentos de nossa vida, e não somente no ato da mediunização, no caso, dentro de um templo de umbanda. Aquele que se compromete a encarar a responsabilidade mediúnica, na maioria das vezes muito mais resgate cármico do que missão, deve sim estar de acordo com as condutas adotadas pela casa e também a conduta que todo um médium Umbandista deve ter para si.
Todo o médium Umbandista deve saber que, todo o ato de doar-se ao próximo, de procurar pensar antes de falar, de agir com amor, com respeito, exercer o perdão, moderar os pensamentos, as suas atitudes, seguir uma disciplina, seguir as instruções que se pede nas normas de conduta da casa onde se trabalha, todas essas pequenas atitudes correspondem a uma parcela da responsabilidade de cada um com seus Guias (pois sim a mesma responsabilidade que eles têm conosco, temos para com eles). É apenas uma parcela, pois o resto desta responsabilidade se cumpre levando, a conduta levada dentro do templo onde se exerce a mediunidade para a sua vida pessoal, assim, utilizando realmente todos os exemplos positivos que se têm dentro do terreiro, e também os problemas que existem, para o seu aprendizado dentro da evolução espiritual.
O que o médium deve entender, é que não só os Guias devem cuidar dele, mas que ele mesmo deve vigiar seus pensamentos, suas atitudes, o modo que leva sua vida, pois ele a cima de tudo também é um espírito, só que encarnado. Uma pessoa para exercer a caridade, não precisa estar incorporada, ela pode exercê-la por conta própria, afinal o médium recebe todos os dias do seus trabalhos exemplos de perdão, de humildade, de amor incondicional, de compreensão. Então a pergunta é: Porque ao sairmos do terreiro julgamos nosso irmãos, falamos sobre seus problemas mais íntimos, ofendemos-os, nos envaidecemos, entre tantas outras tristes atitudes? Por que não ao menos no dia do trabalho, após o término deste, não procuramos acomodar-nos em nossas casas, refletirmos sobre os ensinamentos passados a nós pelos Guias, e termos um bom descanso, para quem sabe durante o desdobramento no sono, voltar a trabalhar e ter a oportunidade de mais uma vez recebermos ensinamentos?
Diante de tudo isto que foi falado, temos que compreender que as pessoas que procuram ajudas nos terreiros estão em busca de uma mudança em suas vidas, muitas vão pela dor, outras pelo amor, e nós por sermos médiuns, em exercício de nossas faculdades mediúnicas, não nos diferenciamos destas pessoas, pois estamos lá também para aprender e superar nossas dificuldades, mudando assim, também as nossas vidas. Devemos sim manter uma conduta moral reta, devemos sim buscar o conhecimento por meio de grupos de estudos e leituras, pois quanto mais afiada a ferramenta, melhor será para os nossos Guias utilizarem da nossa mediúnidade, para o bem-estar do próximo.