Salve a todos, o Luz na Umbanda, no post de hoje, busca abordar um assunto que ha muito vem sendo mal conduzido, a ferramenta do Evangelho de Cristo, que contêm os ensinamentos de Jesus de Nazaré.
Já fazem alguns milênios que um espírito de muita sabedoria pisou a Terra, com a missão de auxiliar a humanidade, nessa missão, as suas ferramentas de ação eram suas palavras (esclarecimento) e suas atitudes diante das mesmas (exemplo vivo). O auxilio à humanidade tinha o intuito de alavancar e nortear a evolução de todos nós, pois este espírito, chamado Jesus Cristo, tinha e tem até hoje, o comprometimento de orientar a nossa humanidade e o nosso planeta nos processos infinitos de evolução.
Os ensinamentos que esse sábio passava eram exemplificados de diversas formas, porém, tudo de acordo com a capacidade de compreensão das almas que veio orientar, portanto, nem tudo era cabível diante da compreensão de muitos daqueles que viviam naquela época, mas os poucos que compreendiam, já valiam seus esforços. Este sábio nunca teve o intuito de formar qualquer partido religioso, pelo contrário, repudiava praticamente todas as atitudes dos ditos religiosos que ele convivia na sua época, pois então, nos cabe a reflexão, de como este espírito, chegaria a concretização de seus objetivos? Como ele, um revolucionário em nome de Deus, queria estabelecer as diretrizes do reino de seu Pai entre os homens na Terra, repudiando a ideia de movimentos religiosos? E por que ele reuniu um número de homens com muitas falhas, mas aos quais confiou os maiores mistérios da Lei de seu Pai?
Fica um tanto confuso inicialmente compreender qual era o raciocínio de Jesus, onde o mesmo queria transformar a realidade dos homens na Terra, trazendo novas propostas de reformulação íntima do ser, e ao mesmo tempo, combatendo os agrupamentos religiosos da época, que eram tão falhos, mas simultaneamente, formava um grupo de sua confiança, o qual teria a tarefa de dar continuidade na prática e na disseminação de sua proposta. Olhando por um outro lado, fica claro a percepção que, o que ele veio nos trazer não era uma nova religião ou seita, mas sim, um manual de conduta, para que o espírito por si só busque forças, tendo um norte na sua caminhada evolutiva. Com base nessas reflexões, nós trazemos a todos um primeiro questionamento, onde fica o sentido de qualquer religião, tomar os ensinamentos de Cristo Jesus para si, alegando que a sua religião é a religião que Jesus indica como sendo a verdade, ou ainda, que seria o único modo de segui-lo na estrada que nos leva até Deus?
Tendo em vista todo o histórico da humanidade, no tocante as religiões, analisando todos os conflitos religiosos, todas as guerras "santas", não é ridículo e totalmente sem sentido tentar tornar o Manual de Conduta para a humanidade, que Cristo Jesus trouxe, uma religião? Visto que, os religiosos que dizem professar essas religiões, se dizendo mensageiros de Deus, os quais manipulam e distorcem os ensinamentos trazidos pelo Nazareno, e que ainda, não cumprem as próprias verdades que professam, como podemos continuar aceitando esse modo de utilizar os ensinamentos de Cristo? Essas metodologias não são tão falhas quanto aqueles que pregam as mesmas? Será que o Manual de Conduta que Cristo Jesus nos deixou, também não visava levar as religiões e os religiosos a um processo de transformação de suas crenças e de si mesmos? Vale a reflexão.
Trazendo esse tema nos tocantes ao Espiritismo e a Umbanda, podemos abordar algumas conclusões que nos fazem refletir em alguns aspectos sobre o Evangelho Segundo o Espiritismo, elaborado pelos espíritos e confeccionado por Allan Kardec.
Muito comum ouvirmos de alguns representantes e praticantes da religião de Umbanda que, a prática do Evangelho Segundo o Espiritismo, ou até mesmo, a introdução do estudo do mesmo, na vida dos trabalhadores e frequentadores da seara Umbandista, é uma confusão de princípios. Alegam esses que, como o Evangelho Segundo o Espiritismo foi trazido dentro de uma doutrina, que mais tarde, veio a ser chamada de Doutrina Espírita, que os ensinamentos trazidos no mesmo não estão inseridos dentro dos fundamentos da Umbanda, ou que, estudar o mesmo, seria adentrar apenas em aspectos históricos, ou ainda, sem relevância para a Umbanda. Ora! Sabemos que quem assim interpreta as verdades e os ensinamentos contidos nessa obra trazida pelos espíritos, tem meros recalques e um triste preconceito diante da doutrina que é passada pelo espiritismo. Se Kardec em suas palavras se dirigiu aos espíritas afirmando que, os ensinamentos passados por Jesus Cristo, os quais foram explicados e esmiuçados pelos espíritos, eram obrigatoriamente o manual de conduta dos espíritas, era justamente por ele estar se direcionando ao grupo de seguidores da doutrina dos espíritos, porém, isso não nega as afirmações que constantemente Jesus e os espíritos trazem nessa obra, alegando que, os ensinamentos contidos nesta, são o manual de conduta para toda a humanidade, que deveria ser utilizado por todas as vertentes religiosas, visando aprimorar os seus conceitos e esclarecer os seus fiéis.
Quem assim procede, com essa ideia bizarra e sem nenhum fundamento dentro do meio Umbandista, esta indo, sem saber, contra os próprios preceitos passados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, o fundador da Umbanda no Brasil. Se analisarmos o dia-a-dia de terreiro na Umbanda, vemos as palavras e os exemplos de Jesus, sendo praticados e lecionados por todos os espíritos que se manifestam na seara umbandista, os quais seguem com dedicação os exemplos de Jesus. Existem algumas explicações, as quais falam que, na época que a Umbanda foi trazida pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não existiam obras de estudo umbandista, sendo assim, o mesmo orientou aos seguidores da Umbanda para se instruírem com base na doutrina dos espíritos, que na época, era considerada a melhor fonte de estudos a respeito da realidade espiritual, mas, que após os anos se passarem, sendo trazidos diversos estudos dentro do meio umbandista, criados por praticantes da religião, essas novas verdades seriam mais requintadas, substituindo com o tempo, as obras trazidas por Allan Kardec.
Acreditamos que pensar dessa maneira seria uma presunção daqueles que assim procedem, pois muitos os conhecimentos que foram trazidos pelos espíritos nas obras de Allan Kardec, até hoje são fontes de anos e anos de estudo. É óbvio que, tal qual Kardec e os espíritos que o conduziam afirmavam que, a doutrina dos espíritos era uma doutrina progressista, a Umbanda também assim o é, pois ela também bebe nessa vertente, porém, vemos que conhecimentos mais específicos e atualizados não necessariamente irão substituir aqueles que os precedem, muitas vezes apenas os complementam.
Podemos até entender que muitos evitam estudar a doutrina dos espíritos, pois encontram mais afinidades com a literatura doutrinária umbandista, porém, vemos como ignorantes e preconceituosos àqueles que repudiam e afirmam que o Evangelho Segundo o Espiritismo não tem relevância dentro da Umbanda. Pois o Evangelho é a base de conduta que leva o ser a adiantar sua evolução, e poucos são aqueles que conseguem vivenciá-lo. Imaginem se repudiarmos e negarmos o estudo desse manual de conduta, como se dará a nossa evolução? Sabemos que existem outras fontes de conhecimento e instrução de cunho moral, entretanto, seria imprudência da parte de qualquer ser humano desperdiçar esta obra, o Evangelho de Jesus, esclarecida e esmiuçada pelos espíritos, com tanto empenho e amor.
Cremos que, o ser humano, com o tempo, consiga dar valor e praticar esses ensinamentos trazidos pelo mestre Jesus, pois como há dois milênios esse espírito se dedicou a nos mostrar alguns dos caminhos e atitudes que nos levam a evoluir, da espiritualidade ele segue nos orientando, e mantendo a mesma paciência e dedicação à todos nós.
