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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Mediunidade: Um aspecto mal explorado

O Espírito, centelha divina e aspecto individual, imortal e sagrado, que se encontra em todo o ser humano, é dotado de infinitas potências. No contexto que nos encontramos, encarnados no planeta Terra, necessitamos de alguns meios, ou seja, aparatos que o Espírito se utiliza para vivenciar suas experiências. Esses aparatos, são os diversos corpos sutis, que conhecemos através de diversas filosofias espiritualistas e científicas. Cada um desses corpos, no seu respectivo grau, possibilita tipos de atuação para o Espírito.



Quanto mais material e grosseiro o corpo, na nossa concepção do que significa algo material ou imaterial, menos ferramentas o espírito encontra a sua disposição para atuar naquela dimensão, mas ainda pode interferir com os organismos de dimensões mais sutis que possui. Assim, mesmo "limitado" numa experiência material, o espírito ainda consegue se utilizar de capacidades extra-dimensionais, ou seja, que se encontram em outros planos, só que em ligação com aquele mais grosseiro que se utiliza.

A partir daí, podemos falar sobre faculdades anímicas¹, ou, como alguns preferem falar, faculdades paranormais. Faculdades essas que são as potencias pertencentes ao Espírito propriamente dito, e aos corpos que ele controla para sua manifestação nas diversas dimensões que coexiste.

Os sentidos que conhecemos, tais quais visão, audição, olfato, paladar e tato, dentro do nosso contexto material, se limitam ao mesmo, ou seja, com muitas limitações, conseguimos vivenciar fenômenos, ocorrências e situações que se dizem ocorrer no nosso mundo material. Mas mesmo essas vivências que temos com nossos sentidos, que são maravilhosos, são pobres quando descobrimos que enxergamos, por exemplo, uma diminuta parcela do espectro de radiações e ondas luminosas que são irradiadas constantemente ao nosso redor, assim como também, captamos com nosso aparelho auditivo, pequena parcela das ondas sonoras presentes ao nosso redor.

Se já nesse plano físico, que muitas vezes julgamos conhecer bem, na verdade não conhecemos muito, imagine tratar de outras dimensões, de frequências e vibrações muito mais "imateriais" do que conhecemos? Fica meio complexo não?

Pois bem, é nesse intuito que devemos atentar para alguns aspectos inerentes a todo o ser humano. Todos nós somos Espíritos vivendo uma experiencia, passageira, carnal. Saímos do plano "espiritual", para nascer no material, depois "morremos" no plano material e retornamos ao "espiritual".

Em todo esse trajeto, que se repete milhares e milhares de vezes em nossa existência espiritual, nós carregamos as capacidades, as faculdades, os sentidos do Espírito (pensamento/vontade) e dos corpos que ele se utilizada (corpo astral, mental ...). E temos que compreender que, os sentidos que temos nesses corpos sutis, são de uma amplitude muito maior que nossos sentidos materiais, de quando nos encontramos encarnados.

Quando ouvimos ou vemos algo numa dimensão mais sutil, nós realizamos esses feitos com toda a extensão do nosso corpo e mente. A audição e a visão não se encontram limitadas em órgãos específicos, tais como no corpo físico, no caso dos olhos, ouvidos e demais órgãos envolvidos nessas aparelhagens, é algo bem diferente. Temos sensações bem mais intensas em nossos corpos mentais, e até mesmo no astral, que embora tenha formas de características conhecidas por nós, se comunica com o meio em que vive e seus habitantes de maneira bem mais intensa e sutil.

Todo o ser humano, mesmo quando encarnado, tem faculdades peculiares ao alcance de seu Espírito, ou seja, como ele possui diversos corpos, cada um deles lhe proporciona certos alcances, tais como a visão do mundo espiritual pelos "olhos do espírito"; audição com os aparelhos responsáveis no plano astral; telepatía através da atuação do campo mental; temos também as capacidades de irradiação de ondas mentais e emocionais, advindas dos seus corpos mais sutis, com cores, cheiro, formatos e peso específico a cada uma delas; e etc.

Nesse contexto, entra uma questão muito importante, que é a condição que cada um tem de utilizar essas faculdades, mesmo quando encarnado. Ao longo de suas vivências o Espírito vai se aperfeiçoando e aprendendo a utilizar dessas potências, e assim vai desenvolvendo as mesmas, de acordo com suas necessidades e alcance evolutivo. Quanto mais positiva, racional, amorosa e apurada for a maneira de eu enxergar a vida, as situações que ela traz a nós, a maneira de cada um agir com a mesma, maior será minha visão Espiritual. Assim também é, a maneira de eu sentir as coisas, de passar por elas ao longo das existências, quanto mais sensibilidade e autocontrole tiver, maior vai ser a sensibilidade que terei nos meus corpos que meu Espírito se utiliza.

Ai entra um fato muito interessante, que nos mostra que essas faculdades anímicas que todos carregamos, mais ou menos desenvolvidas, são utilizadas na tão famosa divulgada e estuda "Mediunidade".

Mediunidade, numa explicação simples e direta, é a capacidade de um Espírito se utilizar de suas faculdades paranormais, colocando-as a disposição de outro ser (encarnado ou desencarnado²), para que o mesmo transmita informações, mensagens e/ou vibrações, energias, para determinado fim. O dito médium é um intermediário, ou mensageiro, um meio entre dois planos da vida.

Certos autores e segmentos religiosos, filosóficos, afirmam que todo o ser humano é médium. Digamos que essa afirmativa é correta dependendo do contexto que se encaixa, vejamos o porquê.

Se na afirmativa, se diz que todos somos médiuns, no intuito de afirmar que todos temos faculdades paranormais, que podem ser utilizadas nos fenômenos mediúnicos, essa afirmativa está correta. Mas ao nosso ver, poderia ser reformulada, simplesmente alegando que todos temos determinadas faculdades, pois todos somos espíritos tendo experiências físicas.

Mas se a afirmativa que citamos, reflete que todos nós somos médiuns de trabalho, ou seja, que todos vamos realizar ações de intercâmbio espiritual, em determinada agremiação religiosa, temos que rever esse conceito.

É em cima desse chavão que vemos muitas generalizações negativas ocorrerem, incutindo na cabeça de milhares de pessoas que procuram Centros Espiritistas ou Terreiros de Umbanda, que as mesmas devem desenvolver sua mediunidade, e que a mediunidade é o causador de seus problemas.

Vejam bem, a situação, pois alguém, que vem cumprir determinada tarefa em sua vivência terrena, pode simplesmente não ter em sua programação reencarnatória, a tarefa de servir de aparelho mediúnico para espíritos se comunicarem e trabalharem com suas energias. É totalmente plausível que, eu encarne para vencer lutas e situações que estão dentro de situações financeiras e familiares, e que terei de ser um "médium" do amor, da paciência, da resignação e do trabalho para vencer essa programação de maneira satisfatória.

Mas ai podemos ver alguns argumentos tais quais, "Ah! Mas todos nós somos influenciados o tempo todo por Espíritos!", a esse argumento respondemos que, sim somos, mas isso se deve ao fato de que somos Espíritos também, e essa influência, benéfica ou maléfica, se dá a partir de faculdades "orgânicas" nossas, do Espírito se seus corpos, como frisamos ao longo do texto. Existe também outro argumento, "Mas uma pessoa, fora de âmbito religioso, não pode servir de médium para levar mensagens de progresso, ou de retrocesso, para outras pessoas e comunidades?", esse sim, seria um caso de mediunidade, mas geralmente o contexto que tratamos mediunidade é no seu uso mais específico, com aconselhamentos, tratamentos de cura, doutrinação via mediúnica de Espíritos, em localidades específicas para isso.

Nos sentimos no dever de alertar quanto a essas minúcias referentes a mediunidade. Muito se fala a respeito da mediunidade, muito se impressiona, muito se ilude, mas pouco se estuda e se aprofunda no tema. Enxergamos pessoas que estão por ai, nos diversos Centros e Terreiros do mundo, desenvolvendo "dons" que muitas vezes não os tem, pois alguém se utilizou do chavão do desenvolvimento da mediunidade problemática. São casos e casos pessoal!

Muito fácil se confundir e confundir a cabeça de pessoas muitas vezes desavisadas, facilmente impressionáveis pois vivem momentos delicados em suas vidas, e em muitos casos tem boa fé e esperam se resolver através desse caminho, mas pouco sabendo a respeito do que significa essa responsabilidade de trilhar o caminho da mediunidade, e ainda, pouco sabem das escolhas e sacrifícios que terão de tomar ao longo dessa jornada.

Estudemos! Esse é o nosso recado! Estudemos pois de nada realmente sabemos, apenas engatinhamos!