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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

"As Impressões nos Vegetais", por Luiz Gonzaga Pinheiro

Sabemos que a caminhada evolutiva do ser é longa. Nesse trajeto, o ser, para que despertasse à luz da razão e do livre-arbítrio, necessitou estagiar em diversos reinos, sob diversas condições naturais, e quem sabe, no solo de diversos planetas.








Vejamos as informações ricas contidas na obra "O perispírito e suas modelações", de Luiz Gonzaga Pinheiro, onde tiramos alguns trechos do capítulo 16:

"Nos vegetais, o princípio inteligente apenas sonha, como disse León Denis. A matéria perispiritual ainda não possui a forma precisa, sendo influenciada pela presença da luz e as condições do solo que determinam o vigor da forma condensada bem como o seu pleno desenvolvimento. É estranho pensa em um princípio inteligente habitando um vegetal. Mas, vejamos alguns aspectos que talvez nos possam servir como indicativos dessa presença.

Cada espécia tem a sua altura máxima. Atingida, mesmo sob a influência de adubos e de técnicas variadas para que esta seja ultrapassada, não se consegue fazer com que o crescimento se perpetue. Isso nos fornece uma pista de que existe uma fôrma delimitando a forma, limitando-lhe o crescimento. Experiências científicas com vegetais já provaram que os mesmos possuem certa capacidade de perceber através de impressões físicas, ameaças a sua integridade, bem como um clima de bem-estar mediante ações externas direcionadas à sua segurança.

Corroborando a tese de um princípio inteligente no vegetal, que se faz revestir de um corpo astral embora amorfo e rudimentar, temos as experiências feitas pelo britânico Tony Trewavas, da Universidade de Edimburgo, que divulgadas pela internet e órgãos científicos, demonstram que as plantas possuem memória, inteligência, determinação e paciência. A razão pela qual ignoramos tais virtudes deve-se ao fato de que entre nós, humanos, tais características se revelam através de ações e de palavras. As plantas não possuem mobilidade nem se expressam por palavras, mas agem, na maioria das vezes, demonstrando inteligência em situações de sobrevivência. Como uma das definições de inteligência é "a capacidade de resolver problemas", as plantas resolvem seus problemas de maneira bastante satisfatória.

Vejamos, pois, algumas semelhanças no modo de agir das plantas com o dos animais quando elas precisam tomar decisões que envolvem sua sobrevivência e bem-estar: elas tem sentidos, por isso detectam e reagem à luz, sons, substâncias químicas, vibrações e toque. A resposta a esses estímulos, já que elas não falam nem podem se evadir do local é mudar o padrão de crescimento.

As plantas ajustam o crescimento e desenvolvimento de maneira a maximizar sua adaptação a um ambiente mutável. Em outras palavras, elas possuem uma espécia de presciência que se encaixa perfeitamente na definição de inteligência ainda em processo de evolução para estágios ascendentes. Nesse contexto, as plantas podem antecipar problemas futuros e tomar decisões visando suprimi-los. Os brotos de uma árvore podem sentir a vegetação vizinha, pois as folhas verdes absorvem luz vermelha, embora reflitam o infravermelho. Baseado na variação de luz, as plantas detectam vegetação próxima e, prevendo as consequências de tal proximidade, se programam para concorrência que terão que enfrentar. Dessa maneira, alteram sua forma, o número e o tamanho das folhas, bem como o desenho do caule de modo a garantir um maior espaço frente ao sol..."

"As plantas utilizam mudanças de voltagem nas membranas de suas células para enviar sinais elétricos de um local para outro, da mesma maneira que o sistema nervoso animal. Assim como a dor é uma resposta a uma agressão sofrida pelo animal, enviada por seu sistema nervoso, os sinais emitidos pela voltagem das membranas celulares vegetais indicam que a planta foi ferida. Muitas das substâncias químicas utilizadas para transmitir mensagens no interior e exterior das células vegetais são empregadas para processar informações dentro e entre as células do cérebro animal. Portanto, boa parte das substâncias que fazem funcionar a complexa rede de sinalização geradora de mensagens é semelhante nos dois reinos..."

"As plantas possuem certa individualidade, pois duas sementes semelhantes não produzem árvores exatamente iguais e suas respostas vão depender do meio em que elas se encontram e das ameaças que sofrerem.

Como se vê, apenas engatinhamos nesse campo imenso que é a vida e muito temos que aprender antes de afirmar ou negar a possibilidade de inteligência nos vegetais. Deixemos ao leitor o julgamento de tão delicado tema enquanto a ciência não nos fornece uma resposta definitiva.

O vegetal não é um ser passivo diante dos fenômenos ao seu redor. Embora não tendo percepções como os animais, ele registra influências atrativas ou repulsivas a determinados agentes do meio. Curva-se para um encontro com a luz, segue de encontro à gravidade, compete por alimento e espaço e apresenta certa sintonia quando junto aos que lhes são semelhantes, o que possibilita a troca fluídica entre eles. Além do mais, eles se amparam mutuamente alterando a produção de frutos, como se verifica nas monoculturas.

O vegetal é, portanto, um ancestral nosso, distante na evolução, mas idêntico na condição de imortalidade."