Páginas

sábado, 1 de dezembro de 2018

"E quando foi para falar da vida..."

"E quando foi para falar da vida..."



"O que falar do mundo
quando ele pouco notei
O que falar das cores
quando uma só matiz foquei
O que falar das flores
quando um só perfume aspirei
E quando foi para falar da vida
logo aflito pensei, nada sei."

Baseando-nos nesta pequena poesia, pensamos que podíamos fazer uma pequena analogia à forma como muitos de nós vivem o dia a dia. 

Entre todos os afazeres diários, responsabilidades e vontades, assim como no pequeno poema, focamos, isto é, damos toda, ou quase toda, nossa atenção a detalhes que visam o alcançar destes objetivos, algo perfeitamente normal.

Porém, tal forma de agir e viver, repetidamente os dias de nossa vida, podem acabar por nos nublar a visão do todo, fazendo-nos confundir a própria vida com um simples hábito, ou seja, algo que fazemos no automático ou rotineiramente.

Em meio a tudo isso, nosso foco acabar por ficar restrito as atribulações diárias, aos desgostos, aos estresses gerados por coisas bobas, as frustrações por não ter conquistado o desejado na hora que gostaria, as injustiças que cremos existir, aos erros que cometemos, e deixamos de focar nas coisas boas que estão a nossa volta, seguimos uma luta diária, sem apreciar aquilo que já conquistamos e até mesmo sem valorizar quem tem trilhado o caminho conosco. Desta forma, o viver do dia a dia se torna algo comum, talvez sem graça, e para muitos até sem sentido.

A verdade é que a vida vai muito além do nosso cotidiano, muito além do nosso casa-trabalho-casa, muito além do que estamos acostumados, pois a vida vibra e pulsa ao nosso redor todos os dias, com pessoas que estão a nossa volta, com possibilidades de fazer as coisas diferentes, com informações novas, e até com antigas, mas que desconhecíamos, com um abraço, um sorriso, com pássaros, flores e sons, em fim, a vida está a nossa volta, mostrando o quão belo e gostoso pode ser vivê-la, caso a percebamos.

Podemos viver a vida com felicidade, com leveza, com alegria, e é claro, correndo atrás de seus objetivos, dando foco naquilo que desejamos alcançar, mas que vivamos tudo isso de uma forma que
"quando for para falar da vida", que não fiquemos aflitos como o poeta, mas sim, que sejamos a inspiração do viver.