Olá pessoal, voltamos a falar sobre pontos, mas hoje será sobre pontos riscados, esclarecendo a todos o porque da entidade riscar um ponto e qual sua função nos trabalhos.
Seria um equivoco achar que os pontos riscados das entidades são mera forma de mostrar para os consulentes e presentes quem eles são ou algo do gênero, dentro da Lei da Umbanda os pontos riscados tem papel importantíssimo dentro dos trabalhos magísticos, sejam eles, de proteção, cura ou desmanche de feitiços.
Estes pontos funcionam com forte magnetismo no lado espiritual, as energias geradas por eles atraem, absorvem, potencializam e expandem os fluidos energéticos utilizados pelas entidades em seus trabalhos. Atuam como elos que tem como objetivo identificar o tipo de energia que será utilizada com cada vibração dentro da umbanda. Para que estas energias especificas usadas no trabalho sejam utilizadas corretamente, é indispensável o acionamento de determinados códigos equivalentes ao resultado que se deseja alcançar durante os mesmos, como por exemplo, usar determinado ponto riscado para a evocação de falanges ou energias da natureza para determinado trabalho.
O ato de riscar os pontos é o envolvimento magístico das entidades ligadas a estas ferramenta, os riscos simbolizam sua identidade, ou seja, tipos de trabalho, sinalizador na evocação de falanges necessárias para demandas mais densas, vibração da entidade, Orixá regente, tipo de falanges e sub-falanges, legião ou agrupamento, grau hierárquico, se é Guia ou Protetor, dentre outros.
Dentro do que já foi visto, citaremos a passagem do livro "Espíritos em minha vida, por Robson Pinheiro", onde o espírito Pai João (Preto-velho), ao saber de um terreiro próximo a casa onde Robson morava na época, que estava a praticar magia-negra em demasia, toma a atitude de acabar com os trabalhos maléficos ali realizados, utilizando da ferramenta do ponto riscado juntamente do ponto cantado, com o objetivo de evocação de falanges:
"...Antes, pediu-nos um giz, o qual o chamou de Pemba, que minha mãe tinha em casa por ter sempre trabalhado em escolas. Ninguém em casa jamais ousaria negar o pedido de Pai João, tamanha era sua força moral e o tom de autoridade, especialmente se somado ao papel de liderança que minha mãe já exercia perante a família. Prontamente lhe entregamos o giz; então, de cabeça baixa, riscava algo no chão, num movimento repetitivo, enquanto se punha a cantar, a plenos pulmões, uma música bem cadenciada:
Se na casa na braúna têm demanda
Eu quero ver a braúna braunar
Marcha, meus soldados
Soldados de confiança
Esse machado é minha funda
É meu ponto de vingança
Repetiu a música (ponto cantado) algumas vezes... ...- Está feito - Informou Pai João, novamente ereto, porem ainda no chão..."
Após utilizar o ponto riscado e cantado, se ouviu a sirene do corpo de bombeiros, onde se ficou sabendo que o tal terreiro, virou cinzas, e a casa da "mãe de santo" que ficava ao lado do terreiro, ficou intacta.