Para entendermos a linha dos Caboclos, é necessário compreender que os Caboclos
não necessariamente foram índios ou mestiços, e sim, que Caboclo é referente a
um grau dentro da hierarquia umbandista, ou seja, é equivalente a um espírito
que após sucessivas encarnações alcançou este grau evolutivo,
possuindo vasto conhecimento e experiências relativas a natureza para que possa
atuar nesta linha.
Assim, os que possuem esse
merecimento de atuar nesta linha, são exímios na manipulação de ervas, limpezas
astrais, quebra de demanda, cura, elementais da natureza, dentre outros. Os
espíritos que estão nesta linha atingiram a compreensão de que o ser humano faz
parte da natureza como um todo, agindo com devido respeito a todo e qualquer
sítio vibracional, ou seja, a todos os Orixás.
A linha de Caboclos diante da sua atuação
para com o terreiro, médiuns e consulentes, fazem a função de preparo
vibracional do ambiente, ou seja, já antes do começo dos trabalhos (giras),
mesmo que não seja uma gira de caboclos, eles já se encontram manipulando o
fito-plasma elevando a vibração do local e de todos que ali se encontram,
fito-plasma este retirado do seio da vibração de Oxóssi (das matas, ervas,
plantas, flores, cascas de árvores, raízes...), que se acumulam perante o Congá
para que tardar possa ser utilizado para diversos fins, tais como: Cura,
descarregos, regeneração dos corpos espirituais, higienização do ambiente,
sustentação energética dos médiuns e entidades, combustível para mirongas,
entre outros.
Falando em mirongas, podemos
citar a atuação desta linha com os Caboclos Quimbandeiros, estes que são hábeis
na arte da magia, com seu amplo conhecimento dos elementos da natureza e no
combate nas magias negras, auxiliando na proteção do terreiro, juntamente com
os Exus. A palavra Quimbandeiros significa que lidam com a magia em si, e
jamais esta palavra deve ser confundida com "Quiumba", a qual tem
sentido totalmente diferente, ou seja, quiumbas normalmente são aqueles que são
combatidos pelos Caboclos Quimbandeiros. Os Caboclos Quimbandeiros atuam na
espiritualidade de diversas formas, não necessáriamente atuam somente dentro
dos terreiros, pois esta linha de Caboclos são especialistas em invasões ao
astral inferior, onde lá trabalham não somente combatendo organizações trevosas
com o uso da magia, como também atuam resgatando milhares de espíritos em
sofrimento.
Existem também as linhas de Caboclos
voltados para a cura e equilíbrio espiritual, que normalmente são os mais conhecidos
dentro dos terreiros, estes profundos conhecedores das ervas e seus princípios
energéticos, com seus conhecimentos nos passam "receitas" e
tratamentos espirituais para nos reequilibrarmos espiritualmente,
emocionalmente e fisicamente. Nos religam aos pontos da natureza aos quais eles
atuam, sendo assim nos conectando com a energia das matas, pedreiras, campinas,
cachoeiras, mares, rios e demais sítios vibracionais, assim nos energizando e
reequilibrando com os tais.
Assim como falamos destas duas linhas de
trabalho, existem outras, tais como: Doutrinadores, guerreiros, justiceiros,
dentre outras.
Na linha dos Caboclos, podemos notar que estes fazem
movimentos como, estalar de dedos, bater no peito, bater o pé no chão, assoprar,
assovios, brados e fazer gestos estendendo os braços. Estas atitudes muitas
vezes incompreendidas pelos consulentes e até mesmo praticantes da religião são
confundidas com meros "tiques" (manias), ou até mesmo como traumas de
tal entidade, esta confusão feita pelas pessoas é a falta de informação e
estudo a respeito destas atitudes que tem total fundamento.
O estalar de dedos e o bater de pés e mãos, tem diversos significados
energéticos, pois todos os nossos chakras se ligam a certos pontos das mãos e
dos pés, assim ao estalar dos dedos o Caboclo pode estar tanto descarregando
energias deletérias (negativas) do médium ou do consulente, quanto pode estar
provocando descargas energéticas para o melhor funcionamento dos chakras no
consulente ou no médium. O bater de pé e mãos no chão normalmente está
associado ao descarrego de energias retiradas do consulente e dissipadas ao
contato com o solo. O bater no peito é um ato simbólico quando realmente feito pelo guia e não pelo vício do médium, ato simbólico que demonstra a força, a presença a vitalidade da figura do caboclo. O fazer gestos
com os braços tem como objetivo ativação de símbolos no plano astral, ativando as energias dos pontos de firmeza do Congá, ou nos sítios vibratórios dos Orixás, conforme
a energia que o trabalho necessitar. O sopro, é a manipulação do elemento ar e
seus elementais, para a limpeza energética ou energização. O brado pode tanto
ter a função de ativação de energias e chakras do médium para seu reequilíbrio
energético ou emocional, como pode ser usado para impor respeito a espíritos levianos,
os quais ficam paralisados ao ouvir o som emitido. Por ultimo, os assovios tem
como efeito impulsionar o campo energético dos médiuns e consulentes de acordo
com a energia a ser trabalhada, sintonizando-os com as energias da natureza,
equilibrando-os e liberando-os de cargas negativas, miasmas e larvas astrais.
Importante ainda destacar que os Caboclos atuam em diversas maneiras na atualidade, como citamos acima, então mesmo a linha dos Caboclos sendo sustentada e regida pelo Orixá Oxóssi, haverão Caboclos de outras vibrações como, Ogum, Xangô, Yansã, Oxum, Iemanjá, e assim por diante. Mas o que devemos saber é que os Caboclos por trabalharem nesta linha, serão sempre regidos pela vibração de Oxóssi, sendo assim, um Caboclo de Ogum, vai ser de Oxóssi/Ogum, e assim por diante.
Tendo em vista que a Umbanda é brasileira,
esta linha foi criada simbolizando a origem desta nação, que vem da natureza,
esta linha vem nos sintonizar as nossas origens, ao respeito e a importância
que temos de ter com a nossa terra, eles vem nos relembrar que pertencemos a
natureza, ou seja, se machucarmos a terra, machucaremos a nós mesmos. Os
elementos da natureza e os seres humanos são parte de um todo, este criado pelo
nosso Pai Maior.
+Luz naUmbanda
+Luz naUmbanda