Você tem alguma ideia de como deve ser a vida após a morte do corpo físico? Quando questionado, o espírito Atanagildo esclarece nossas dúvidas a cerca da vida além da sepultura.
PERGUNTA: - Todos os desencarnados são tomados de
surpresa, no seu retorno ao Além?
ATANAGILDO: - Nem
todos, porque essas surpresas variam entre si; para aqueles que merecem as
esferas venturosas, porque levaram uma existência digna e de abnegação ao
próximo, elas se manifestam pelo aspecto das paisagens maravilhosas do astral
superior. Há desencarnados, entretanto, que não revelam surpresa mesmo diante
dos cenários mais belos do Além, porque se trata de entidade evoluidíssimas,
que já cultuavam em seus espíritos os valores próprios dos panoramas
celestiais, mesmo quando ainda se achavam na Terra. Entretanto, quanto aos delinquentes do vosso mundo, de modo algum podeis imaginar quão terríveis e
apavorantes são as cenas que os aguardam no astral inferior; onde os
horripilantes quadros dantescos ultrapassam a tudo quanto possais imaginar de pavoroso
no mundo terráqueo!
PERGUNTA: - Essas diferenças da vida, verificadas pelos
recém-desencarnados, distanciam-se completamente das nossas concepções na vida
terrena?
ATANAGILDO: - As
diferenças são bem notáveis quando avaliamos o mundo astral exclusivamente pelo
seu panorama exterior, algo semelhante ao cenário terreno, ou então sob o nosso
julgamento espiritual exclusivo. É preciso que não vos esqueçais de que estou
dando minha opinião, que pode não ser a mais exata e que se baseia na minha
visão espiritual, através daquilo que me é simpático e que suponho ser o mais
certo. Sem dúvida, haverá grande diferença nas descrições que vários
indivíduos, de diversas profissões, fizerem de uma mesma cidade terrena, as
quais hão de variar conforme os diferentes padrões intelectuais e psicológicos
dos seus relatores. É evidente que essas descrições hão de apresentar
ilustrações completamente opostas entre si, variando naquilo que for dito por
um engenheiro, um poeta, um desportista ou um simples aproveitador da vida
mundana. Cada relato há de denunciar os gostos preferenciais do seu autor,
revelando a sua simpatia pelo aspecto que mais o interessou; o engenheiro há de
se preocupar com as edificações e com o aspecto urbanístico da cidade; o poeta
celebrará a beleza de suas colinas, jardins, lagos ou enseadas; o desportista
se deixará entusiasmar pelos estádios ou agremiações esportivas, enquanto que o
homem materialista e gozador do mundo preocupar-se-á unicamente com os recantos
do vício, as aventuras e os ambientes da vida noturna.
Eis o motivo por que variam os relatos mediúnicos
transmitidos do "lado de cá", que enriquecem a vasta bibliografia
espiritualista do mundo material; enquanto alguns desencarnados se preocupam
exclusivamente com o sentido "interior" e de poesia espiritual mais
contemplativa, de nossa vida no Além, outros preferem se dedicar
particularmente aos aspectos das atividades mais "exteriores", como
seja a multiplicidade de serviços nos departamentos educativos e de renovação
do espírito. Sob o meu modesto pensar, a Terra é um apagado prolongamento de
nossas esferas astrais, para onde converge a vida como pobre imitação da
realidade espiritual que usufruímos a distância do corpo carnal. Aqui, nota-se
certa semelhança entre as nossas atividades sociais, artísticas, arquitetônicas
ou psicológicas e as terrenas, mas não deveis considerar o que aqui se passa
como sendo "cópias" melhoradas da vossa vida material. Esse é um dos
motivos por que, de princípio, muitos desencarnados custam a se convencer de
que já abandonaram o corpo físico, visto continuarem a manter seus costumes e
tarefas num panorama algo semelhante ao que deixaram ao desencarnar.
Fonte: "A vida além da sepultura" - Ramatís e Atanagildo/ Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.