Salve a todos, neste momento maravilhoso que antecede a data do Natal, momento de muita reflexão para todos, trazemos uma mensagem a cerca da mediunidade e o pensamento para que possamos compreender um pouco esta relação.
"– Meus amigos – começou a dizer o
instrutor que nos acompanhava o trabalho a longa distancia –, guardemos a paz
que Jesus nos legou, a fixa de que possamos servi-lo em paz.
Em matéria de mediunidade, não
nos esqueçamos do pensamento.
Nossa alma vive onde se lhe situa
o coração.
Caminharemos, ao influxo de
nossas próprias criações, seja onde for.
A gravitação no campo mental é
tão incisiva, quanto na esfera da experiência física. Servindo ao progresso
geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se,
em desequilíbrio, sob as trevas do mal.
A Lei Divina é o Bem de Todos.
Colaborar na execução de seus
propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida. Opor-lhe entraves, a
pretexto de acalentar caprichos perniciosos, é obscurecer o raciocínio e
coagular a sombra ao redor de nós mesmos.
É indispensável ajuizar quanto à
direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação e a
dor do arrependimento. Nos domínios do espírito não existe a neutralidade. Evoluímos
com a luz eterna, segundo os desígnios de Deus, ou estacionamos na treva,
conforme a indébita determinação de nosso “eu”. Não vale encarnar-se ou
desencarnar-se simplesmente.
Todos os dias, as formas se fazem
e se desfazem.
Vale a renovação interior com
acréscimo de visão, a fim de seguirmos à frente, com a verdadeira noção da
eternidade em que nos deslocamos no tempo.
Consciência pesada de propósitos
malignos, revestida de remorsos, referta de ambições desvairadas ou denegrida
de aflições não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a
torvelinhos infernais.
A obsessão é sinistro conúbio da
mente com o desequilíbrio comum às trevas.
Pensamos, e imprimimos existência
ao objeto idealizado.
A resultante visível de nossas
cogitações mais íntimas denuncia a condição espiritual que nos é própria, e
quantos se afinam com a natureza de nossas inclinações e desejos aproximam-se
de nós, pelas amostras de nossos pensamentos.
Se persistimos nas esferas mais
baixas da experiência humana, os que ainda jornadeiam nas linhas da animalidade
nos procuram, atraídos pelo tipo de nossos impulsos inferiores, absorvendo as
substâncias mentais que emitimos e projetando sobre nós os elementos de que se
fazem portadores.
Imaginar é criar.
E toda criação tem vida e
movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a
manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é
indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que devamos
receber.
Quem apenas mentalize angústia e
crime, miséria e perturbação, poderá refletir no espelho da própria alma outras
imagens que não sejam as da desarmonia e do sofrimento?
Um viciado entre os santos não
lhes reconheceria a pureza, de vez que, em se alimentando das próprias
emanações, nada conseguiria enxergar senão as próprias sombras.
Quem vive a procurar pedras na
estrada, certamente não encontrará apenas calhaus subservientes.
Quem se detenha indefinidamente
na medição de lama está ameaçado de afogamento no lodo.
O viajante fascinado pelos
sarçais, à beira do caminho, sofre o risco de enlouquecer entre os espinheiros
do mato inculto.
Vigiemos o pensamento,
purificando-o no trabalho incessante do bem, para que arrojemos de nós a
grilheta capaz de acorrentar-nos a obscuros processos de vida inferior.
É da forja viva da ideia que saem
as asas dos anjos e as algemas dos condenados.
Pelo pensamento, escravizamo-nos
a troncos de suplício infernal, sentenciando-nos, por vezes, a séculos de
peregrinação nos trilhos da dor e da morte.
A mediunidade torturada não é
senão o enlace de almas comprometidas em aflitivas provações, nos lances do
reajuste.
E, para abreviar o tormento que
flagela de mil modos a consciência reencarnada ou desencarnada, quando nas
grades expiatórias, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação
da harmonia.
Satisfazer-se alguém com o
rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é
tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorifica entre os homens
com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe.
Títulos de fé não constituem
meras palavras, acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de
melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações.
Em nossos círculos de trabalho,
desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer.
Ninguém é realmente espírita à
altura desse nome, tão-só porque haja conseguido a cura de uma escabiose
renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a
intervenção do Além-Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada
conceituação do termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre
criaturas visíveis e invisíveis.
Para conquistar a posição de
trabalho a que nos destinamos, de conformidade com os princípios superiores que
nos enaltecem o roteiro, é necessário concretizar-lhes a essência em nossa
estrada, por intermédio do testemunho de nossa conversão ao amor santificante.
Não bastará, portanto, meditar a
grandeza de nosso idealismo superior. É preciso substancializar-lhe a
excelsitude em nossas manifestações de cada dia.
Os grandes artistas sabem colocar
a centelha do gênio numa simples pincelada, num reduzido bloco de mármore ou na
mais ingênua composição musical. As almas realmente convertidas ao Cristo lhe
refletem a beleza nos mínimos gestos de cada hora, seja na emissão de uma frase
curta, na ignorada cooperação em favor dos semelhantes ou na renúncia
silenciosa que a apreciação terrestre não chega a conhecer.
Nossos pensamentos geram nossos
atos e nossos atos geram pensamentos nos outros.
Inspiremos simpatia e elevação,
nobreza e bondade, junto de nós, para que não nos falte amanhã o precioso pão
da alegria.
Convicção de imortalidade, sem
altura de espírito que lhe corresponda, será projeção de luz no deserto.
Mediação entre dois planos
diferentes, sem elevação de nível moral, é estagnação na inutilidade.
O pensamento é tão significativo
na mediunidade, quanto o leito é importante para o rio. Ponde as águas puras
sobre um leito de lama pútrida e não tereis senão a escura corrente da
viciação.
Indubitavelmente, divinas
mensagens descerão do Céu à Terra.
Entretanto, para isso, é
imperioso construir canalização adequada.
Jesus espera pela formação de
mensageiros humanos capazes de projetar no mundo as maravilhas do seu Reino.
Para atingir esse aprimoramento
ideal é imprescindível que o detentor de faculdades psíquicas não se detenha no
simples intercâmbio.
Ser-lhe-á indispensável a
consagração de suas forças às mais altas formas de vida, buscando na educação
de si mesmo e no serviço desinteressado a favor do próximo o material de pavimentação
de sua própria senda.
A comunhão com os orientadores do
progresso espiritual do mundo, através do livro, nos enriquece de conhecimento,
acentuando-nos o valor mental; e a plantação de bondade constante traz consigo
a colheita de simpatia, sem a qual o celeiro da existência se reduz a furna de
desespero e desânimo.
Não basta ver, ouvir ou
incorporar Espíritos desencarnados, para que alguém seja conduzido à
respeitabilidade.
Irmãos ignorantes ou
irresponsáveis enxameiam, como é natural, todos os departamentos da Terra, em
vista da posição evolutiva deficitária em que ainda se encontram as
coletividades do Planeta e, muita vez, sem qualquer raiz de perversidade
propriamente dita, milhares de almas, despidas do envoltório denso, praticam o
vampirismo junto dos encarnados invigilantes, simplesmente no intuito de
prosseguirem coladas às sensações do campo físico das quais não se sentem com
suficiente coragem para se desvencilharem.
Toda tarefa, para crescer, exige
trabalhadores que se dediquem ao crescimento, à elevação de si mesmos.
Isso é demasiado claro em todos
os planos da Natureza.
Não há frutos na árvore nascente.
A madeira não desbastada é
incapaz de servir, com eficiência, ao santuário doméstico.
A areia movediça não garante a
sustentação.
Não se faz luz na candeia sem
óleo.
O carro não transita com êxito
onde a picareta ainda não estruturou a estrada conveniente.
Como esperardes o pensamento
divino, onde o pensamento humano se perde nas mais baixas cogitações da vida?
Que mensageiro do Céu fará fulgir
a mensagem celestial em nosso entendimento, quando o espelho de nossa alma jaz
denegrido pelos mais inferiores dos interesses?
Em vão buscaria a estrela
retratar-se na lama de um charco.
Amigos, pensemos no bem e
executemo-lo.
Tudo o que existe dentro da
Natureza é a ideia exteriorizada.
O Universo é a projeção da Mente
Divina e a Terra, qual a conheceis em seu conteúdo político e social, é produto
da Mente Humana.
Civilizações e povos, culturas e
experiências constituem formas de pensamento, através das quais evolvemos,
incessantemente, para esferas mais altas.
Atentemos, pois, para a obrigação
de auto aperfeiçoamento.
Sem compreensão e sem bondade,
irmanar-nos-emos aos filhos desventurados da rebeldia. Sem estudo e sem
observação, demorar-nos-emos indefinidamente entre os infortunados expoentes da
ignorância.
Amor e sabedoria são as asas com
que faremos nosso voo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai
Celestial.
Escalemos o plano superior,
instilando pensamentos de sublimação naqueles que nos cercam.
A palavra esclarece.
O exemplo arrebata.
Ajustemo-nos ao Evangelho
Redentor.
Cristo é a meta de nossa
renovação.
Regenerando a nossa existência
pelos padrões dEle, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam.
Meus amigos, crede!... O
pensamento puro e operante é a força que nos arroja do ódio ao amor, da dor à
alegria, da Terra ao Céu...
Procuremos a consciência de Jesus
para que a nossa consciência lhe retrate a perfeição e a beleza!...
Saibamos refletir-lhe a glória e
o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor
solar se estende sobre o mundo.
Comecemos nosso esforço de
soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado
consideravelmente no grande caminho!..
Meus amigos, meus irmãos, rogando
a Jesus que nos ampare a todos, deixo-vos com um até breve."
"Nos Domínios da Mediunidade" - André Luiz/ Chico Xavier