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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Guias, Protetores e suas ligações com os médiuns

Nos trabalhos medianímicos, que principalmente ocorrem nas lides caritativas do movimento umbandista, é comum vermos os chamados "Guias" e "Protetores" se utilizarem dos seus médiuns para oferecerem algum tipo de alento, esclarecimento e socorro aqueles que aportam nos terreiros de Umbanda.




Esse serviço é realizado através dos aconselhamentos, onde o Espírito trabalhador não tem o dever de resolver nossos problemas ou caprichos, e sim nos orientar de como caminhar perante a vida e as situações que muitas vezes não conseguimos equacionar. Também é utilizado o tratamento magnético por meio dos passes, das ervas e defumações, da cromoterapia e do uso de pedras e outros recursos que podem ser utilizados pelos Espíritos trabalhadores da corrente de Umbanda, e também por aqueles que somente estagiam nos terreiros.

Mas viemos hoje trazer uma reflexão para vocês, tendo em vista alguns pontos de vista que médiuns e frequentadores apresentam, principalmente na seara da Umbanda.

É comum, quando frequentamos algum terreiro, notarmos que certos trabalhadores manifestam diversos guias, muitas vezes numa mesma linha de trabalho e em uma mesma sessão, por exemplo, durante uma gira, o trabalhador começa trabalhando com o "Caboclo X", após um tempo ele já da "passagem" para o "Caboclo Y", volta o "X", e mais pra frente, durante os atendimentos ele já se encontra com o "Caboclo Z".

Notam-se médiuns que alegam trabalhar com uma gama imensa de Espíritos, falando de seus diversos feitos, de como são "iluminados", fortes, e de como resolvem os diversos problemas. Muitas vezes os guias e protetores são tomados como espíritos "Super-poderosos", que fazem de tudo, como se pudessem ignorar as leis naturais que nos regem.

Pois bem, nós achamos essa postura um tanto incoerente e fantasiosa perante nosso ponto de vista e nossas vivências. Deixamos aqui um trecho do livro Evolução no Planeta Azul, de Ramatís e Vovó Maria Conga, psicografado por Norberto Peixoto, pela Editora do Conhecimento:

"PERGUNTA: - O que são guias e protetores e qual a relação/ligação dos médiuns com eles? Há envolvimento de vidas passadas ou de antepassados?

VOVÓ MARIA CONGA: - Guias e protetores são espíritos como os filhos, somente sem esse pesado fardo que é o paletó físico que os encobre, nada mais. Claro está que por todos nós sermos espíritos milenares em evolução, as situações de encarnações passadas determinam as afinidades amorosas que unem os guias e protetores aos seus pupilos na carne, ou as repulsas odiosos que separam os filhos do amor e os imantem no cipoal das vinganças sem fim dos obsessores e desafetos de outrora, já que não existe perfeição na Terra, sendo a vida dos espíritos única e atemporal nas suas jornadas rumo às paragens angelicais desde o momento crucial em que fomos criados por Deus.

PERGUNTA: - É verdade que os espíritos classificados como protetores são entidades necessitadas de evolução e os guias não precisam mais evoluir?

VOVÓ MARIA CONGA: - Todos no Cosmo estão evoluindo ininterruptamente e por toda a eternidade, pois só existe uma perfeição absoluta, que é Deus. O que ocorre é que existem patamares evolutivos que distanciam um irmão do outro meramente por diferenças vibratórias, mas estamos todos unidos no ideal de caridade.
Geralmente, um protetor sob a égide da Umbanda é espírito mais necessitado de contato com a mecânica de incorporação com o aparelho mediúnico, e ambos, espírito e médium, se completam nesse labor de auxílio aos necessitados e estão evoluindo juntos. O protetor "cuida" mais do seu aparelho, tem maior compromisso com o seus desenvolvimento e grande comprometimento em apoiá-lo, ligações que vem de encarnações passadas. É muito comum o protetor ter necessidade de mais algumas encarnações e é provável que o médium de hoje seja o protetor amanhã, em conluio amoroso de longa data.
Por sua vez, os guias, vários não precisando mais reencarnar compulsoriamente, ligam-se aos aparelhos por compromissos em tarefas específicas, mais igualmente têm laços de antepassados e estão evoluindo. Na verdade somos todos irmãos e tais denominações são para situar os filhos, tão carentes de referencias de nomes e adjetivos no plano Terra."

Acreditamos que, se os médiuns se comprometessem mais com o estudo e com o seu preparo, coisa que falta MUITO nas atividades mediúnicas, iria se compreender muito mais os reais papeis dessas entidades em nossas vidas, e principalmente, nos trabalhos caritativos.

Trazendo pro contexto umbandista, o que mais vemos são centros e mais centros, que se importam muito com o número dos frequentadores e de sua corrente mediúnica; dirigentes que não se dedicam o mínimo no seu dia-a-dia para o estudo de conhecimentos e práticas coerentes. Isso tudo acarreta no despreparo em massa que visualizamos atualmente, onde o médium tem uma fantasia no seu mental e manifesta isso como um suposto trabalho mediúnico, com comportamentos e posturas totalmente inadequadas com as tarefas que a Umbanda realmente tem de realizar em solo terreno.

Desenvolver-se como médium trabalhador, simplesmente dentro do contexto dos trabalhos de um Centro, já leva anos e anos de estudo e prática, tendo complexas questões a compreender para que possamos ter uma considerável sintonia com poucos guias.

Agora imagine, em cada linha de trabalho o médium tendo três espíritos que se manifestem através dele, e muitas vezes vemos esse médium começando seu caminho mediúnico, sem o mínimo preparo disponibilizado pelo centro que frequenta, difícil não?