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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Regimento Interno da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade - Parte III

No post de hoje vamos encerrando a série de posts que traz o Regimento Interno da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, este que fora ratificado pelo "Chefe" - Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas -.






CAPÍTULO IV

DOS ASSISTENTES

Art. 16° - A entrada na Tenda só é vedada:

a) às pessoas alcoolizadas ou embriagadas:

b) às pessoas portadoras de armas ou animais;

c) às pessoas manifestamente mal intencionadas ou a desordeiros conhecidos.

Nota: Sem querer mexer com ninguém, mas, fazendo uma observação em vista de certas permissividades hoje existentes, será que alguém diria que a não permissão de entrada, nesses casos, seria falta de caridade? (Cláudio Zeus)

§ 1° - São deveres dos assistentes:

a) Munir-se, logo após à sua chegada, do cartão numerado para a respectiva consulta;

b) Procurar acomodação na parte reservada a assistência, onde deverá se conservar até a hora de sair, com o respeito e dignidade devidos a um Templo Religioso;

c) Acatar as ordens gerais da Tenda e as que lhes forem transmitidas pelos cambonos;

d) Manter-se em elevação, se souber, o curimba (ponto cantado que estiver sendo puxado), para possibilitar uma perfeita e harmônica corrente fluídica, desde o início do defumador até o encerramento da sessão;

e) Atender prontamente, sob pena de perder a vez, ao chamado do cambono para a consulta.

§ 2° - É vedado terminantemente aos assistentes, consultarem a mais de um Guia na mesma sessão.

Nota: Já existia isso naquela época. Já existiam os “corre giras” e os “corre guias”.

Nota Luz na Umbanda: O Caboclo das Sete Encruzilhadas já previa os frequentadores que buscam conversar com várias entidades, buscando que alguma delas falem aquilo que eles desejam ouvir. Para se prevenir deste tipo de intenção, já era proibido conversar com mais de um guia.

§ 3° - O assistente que tiver necessidade de qualquer natureza deverá dirigir-se ao cambono mais próximo, de preferência de seu sexo e expor o que deseja, para que este providencie como se fizer necessário.

§ 4° - Na ocasião da abertura da porta às 21:10 horas para saída das pessoas atendidas e retardatários, deverá ser observado o mais completo silêncio.

CAPITULO V

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 17 - Por princípio doutrinário e em se tratando de reuniões de caridade puramente cristã, as pessoas que vierem à Tenda, devem se abster de pensamentos e propósitos que contrariem as virtudes exemplificadas por Jesus.

Assim sendo, as consultas não poderão versar sobre assuntos que fujam aos princípios capitulados nos Dez Mandamentos, constantes do Evangelho.

§ 1° - São deveres de todos os frequentadores:

Procurar conhecer o Espiritismo Cristão pela leitura de obras doutrinárias tais como:

- O Evangelho, segundo o Espiritismo;

- O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns;

- O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda.

Nota: Esse Capítulo é importantíssimo para que se deixem, de vez, de dizer coisas como: “Umbanda tem que largar o cristianismo e voltar às raízes africanas”, ou então, “Umbanda é um Culto Afro”, ou mesmo que “Umbanda com orações e leitura de livros espíritas é Kardecumbanda”, comentários esses muito observados na Internet por conta de pessoas que, claramente, não conhecem em que princípios a Umbanda do Brasil se formou. Lendo o acima exposto e observando certos posicionamentos, percebemo-los totalmente inadequados em relação a todos os que agem por esta cartilha, seguindo o que já determinava o Caboclo das Sete Encruzilhadas há quase 100 anos atrás.
Será que são eles os “errados”, se é que existem erros de ritualística nesse sentido?
O caso é que a Umbanda é fundamentalmente cristã e, de acordo com outros princípios e ritualísticas que cada Terreiro achou por bem adotar, pode ter seus rituais mais africanizados, mais puxados para as práticas chamadas de orientais, esotéricas, ocultista, etc. Mas o “miolo”, o fundamento maior é o de ter os ensinamentos do Cristo como base para todas as outras aplicações. E que ensinamentos do Cristo são esses: Amor ao próximo – Caridade (ajuda ao próximo), sem o que, não pode ser Umbanda. (Cláudio Zeus)

Nota Luz na Umbanda: Interessante isso não é mesmo? Até mesmo os comentários de Cláudio Zeus nos fazem refletir bastante. Nos dias atuais não é “Kardecumbanda”, mas é chamada de Umbanda Espírita ou Umbanda Kardecista, porém, essas nomenclaturas, na nossa visão, não seriam corretas, tendo em vista que a Umbanda quando foi criada tinha em seu seio o estudo da Doutrina dos Espíritos, a fim de esclarecer sobre a realidade espiritual e a reencarnação muito difundida por tal doutrina. A Umbanda que estuda a doutrina dos espíritos é UMBANDA, não Umbanda X ou Y, em seu fundamento havia tal estudo, onde o próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporado em Zélio por muitas vezes doutrinava a carca dos assuntos do Evangelho Segundo o Espiritismo. Falta mesmo é esclarecimento, muitos dizem levar a bandeira da Umbanda fundada pelo Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas pouco conhecem o que ele realmente pregava. Em momento oportuno abordaremos um post falando sobre essa ideia de “Umbanda Espírita” ou “Umbanda Kardecista”.

§ 2° - Durante as sessões ou trabalhos de Terreiro é expressamente proibido:

a) Palestrar ou tratar assuntos estranhos à doutrina;

b) Fazer comentários maldosos sobre os irmãos da Tenda;

c) Proferir palavras de gírias ou de interpretações duvidosas, obscenas ou provocadoras de risos;

d) Fazer gestos ofensivos à moral ou aos bons costumes;

e) Lançar suspeitas, provocar ódios, difamar ou fazer comentários desabonadores sobre a vida privada de qualquer pessoa;

f) Desrespeitar ou incitar ao desrespeito, os artigos, parágrafos e alíneas do presente Regimento e ordens em vigor na Tenda;

g) Ingressar ou permanecer no recinto onde estão instaladas a Tesouraria e a Secretária da Tenda, com exceção dos componentes da Diretoria e pessoas encarregadas de serviços especiais.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 18 - A Tenda tem como “Chefe Espiritual” o Caboclo das Sete Encruzilhadas, também chamado simplesmente - o “Chefe”- criador de Umbanda no Brasil no ano de 1908.

- “Orixá Malllet” é o trabalhador da Linha de “Ogum” (São Jorge), Chefe de Falange, encarregado dos trabalhos de demanda.

- “Pai Antônio” é a entidade que serve de intérprete a “Orixá Mallet” e que comumente transmite as ordens do “Chefe”.

- “Guias e Chefes de Terreiro” são as entidades designadas pelo “Chefe” para dirigir e se responsabilizar pela parte espiritual das sessões.

Art. 19 - O presente Regimento entrará em vigor na data em que for ratificado pelo “Chefe”, em sessão especial, para isso convocada.


Toda pessoa que se tornar associada da Tenda o faz espontaneamente, para cooperar na sua manutenção e progresso, motivo pelo qual deverá cumprir a risca, todos os seus deveres e principalmente manter em dia o pagamento de sua mensalidade.

"Origem da Umbanda - Módulo I"
Padrinho Juruá