Salve amigo leitor, hoje o Luz na Umbanda abordará o uso do magnetismo dentro dos terreiros de Umbanda. Queremos trazer a reflexão de como esta ferramenta pode ser utilizada pelos trabalhadores umbandistas de maneira eficaz, dentro dos atendimentos realizados nos centros, e também, de como o magnetismo é essencial no desenvolvimento mediúnico para os trabalhos de incorporação.
Enxergamos nos dias de hoje, principalmente dentro da Umbanda, uma sobrecarga de trabalho que deixamos nas mãos dos Guias espirituais, não queremos generalizar, mas em muitos terreiros de Umbanda se vê poucas, da grande variedade de ferramentas que existem, sendo utilizadas ao socorro, doutrina e cura dos espíritos que se dirigem aos mesmos. Acreditamos que nem tudo se resume à aconselhamento/passes desempenhados pelos Guias, e nem ao excesso de oferendas que são utilizadas para promover um auxílio na vida daquele que procura um centro de Umbanda.
Falamos isso tendo em vista de que, pouco se utiliza das forças que temos a nossa disposição, seja no reino vegetal, mineral, aquático, e principalmente, através da nossa própria força, que Deus nos concede através do magnetismo animal. Muitos ao verem essa afirmativa nossa podem pensar, "mas magnetismo não é coisa de espíritas?" E nós respondemos que, magnetismo é coisa de espírito, tanto encarnado quanto desencarnado, e que é inerente a todo o ser vivo que jaz sobre essa terra, o que acontece, é que essa ferramenta foi bastante difundida e utilizada por nossos irmãos que seguem a doutrina espírita, mas como o magnetismo e a própria doutrina espírita são dos espíritos, ou seja, para toda a humanidade, todos nós podemos nos aprofundar e nos beneficiar desta ciência que conhecemos como magnetismo. Antes mesmo da doutrina espírita ser codificada por Allan Kardec, já existiam grandes nomes por de trás da ciência e prática dos tratamentos através da força do magnetismo animal. Podemos citar Franz Anton Mesmer, Barão du Potet e o próprio Allan Kardec, dentre outros, que realizavam estudos e experimentos com fins terapêuticos.
O emprego do magnetismo, esta força energética invisível aos olhos da carne, mas passível de ser sentida em diversos graus, é aplicada através da força da vontade, inerente a todo o ser humano. Com concentração e uma mente e força de vontade treinada, um magnetizador hábil consegue projetar esse fluido eletromagnético para diversos fins sobre outros corpos, e por que não, outras mentes. Entretanto, se um ser encarnado consegue manipular este fluido eletromagnético, podemos entender que um espírito, mesmo sem um corpo físico, pode manipular a energia de seu corpo espiritual por meio da força de seu pensamento, indo além, juntando esta energia a diversas outras existem no plano extrafísico.
Com base no conhecimento de que, tanto um espírito encarnado quanto desencarnado possuem a força da vontade e um tipo específico de fluido eletromagnético, perguntamos, por que não utilizar os tratamentos através do magnetismo animal dos médiuns de um terreiro sem que eles estejam incorporados? Por que deixar tudo nas mãos dos Guias espirituais? Por que não explorar outras formas de tratamento energético que possibilitem àqueles que não podem, ou ainda não conseguem manter uma incorporação eficiente com seus Guias, de colaborarem com os atendimentos em um centro?
Na maioria das situações, onde não se explora tais ferramentas, vemos o descaso com o estudo, o preconceito quanto a conhecimentos que venham de fontes relacionadas a outra doutrina, e também, o desconhecimento de tais técnicas e ferramentes, devido a falta de estudo oferecido dentro dos terreiros. Deixar todos os trabalhos nas mãos dos Guias espirituais é muito mais fácil do que estudar e despender de seu tempo de lazer em busca do conhecimento não é? Agindo desta forma, quando um atendimento ou tratamento proposto por um terreiro não surte o efeito desejado, ou ocasiona algo de negativo, a culpa sempre fica na conta da espiritualidade, assim, o médium acha que está se eximindo da sua responsabilidade.
É uma pena ver casas e praticantes que desconsideram tais ferramentas, pois sabemos que no lado espiritual, são através dessas e outras que os Guias se preparam para desempenharem os seus trabalhos, seja com os espíritos desencarnados ou através dos atendimentos aos encarnados. Um espírito que venha a incorporar ou influenciar um médium qualquer, e aplique passes ou tratamentos energéticos por meio de plantas, pedras e outros elementos, teve que para isto estudar muito a cerca da manipulação dessas ferramentas, por que então para nós, médiuns, seria diferente? Temos que levar em conta, que durante um tratamento espiritual, realizado numa gira de Umbanda por um Guia incorporado em seu médium, o magnetismo dos dois espíritos é constantemente manipulado conscientemente, e se o médium desconhece as verdades a cerca do magnetismo, é muito mais difícil e custoso o trabalho para o Guia.
Aqui entramos em um ponto muito delicado, onde sabemos que hoje em dia, na maioria dos médiuns que apresentam a faculdade da incorporação, a mesma, se desenvolve de maneira semi-consciente, e que caminha para uma atuação semi-mecânica do Guia para com o médium. Semi-consciente, pois o médium no momento da incorporação entra em um estado de transe, e se mantém consciente do que está acontecendo, sendo feito ou falado naquele momento, ou seja, durante o processo mediúnico o médium está ali e pode interferir no mesmo. E caminha para uma atuação semi-mecânica ou até mesmo mecânica do Guia, pois o desenvolvimento desta faculdade funciona por etapas, em que primeiramente o Guia irradia sua força sobre o médium, e com o passar do tempo, vai encontrando cada vez mais afinidade e campo para efetuar uma incorporação completa, assim vemos o quanto é fácil o médium passar na frente do Guia quando julga, por ele mesmo, que algo deve ser feito, mas se este algo, se tratando de um passe magnético, por exemplo, for desempenhado sem o conhecimento prévio do magnetismo e suas aplicações, o médium atrapalha e muito no tratamento do consulente.
Ainda neste contexto, entendemos que um estudo bem direcionado a cerca das leis do magnetismo, uma boa prática e exercícios do mesmo, realizado por um grupo de médiuns em desenvolvimento, poderá acarretar em um grande auxílio para o desenvolvimento mediúnico de diversas faculdades, dentre elas a própria incorporação. Não tomando apenas pelo aspecto do desenvolvimento mediúnico, o conhecimento e o bom manuseio dos diversos magnetismos nos proporciona diversas ferramentas para auxílio próprio nas nossas dificuldades, onde por exemplo, uma pessoa que está na sua casa e sente um impacto emocional e energético, e antes de permitir que esta energia adoente ela, a mesma toma medidas de utilizar o magnetismo animal, ou quem sabe vegetal, e através de uma água fluidificada e um banho de ervas devidamente ativado, ela obtém uma grande melhora, não ficando a mercê dos riscos de se incorporar espíritos dentro de casa, e muito menos dependente do terreiro que frequenta ou trabalha.
Analisando o emprego do magnetismo dentro da própria estrutura de um centro de Umbanda, e até mesmo espírita ou espiritualista, podemos ver o uso do magnetismo vegetal através das plantas que se colocam nos ambientes do local, também temos o magnetismo mineral, da força das pedras e dos cristais, que podem ser trabalhadas nas peças de um centro caritativo, onde desempenham diversas funções bioenergéticas que, auxiliam na proteção e equilíbrio energético do centro e facilitam os trabalhos para os espíritos que ali atuam. Não podemos esquecer também da prática dos benzimentos, que nada mais é que, a atuação dos bons espíritos aliada ao nosso magnetismo e ao nosso bem querer com o semelhante, que juntos promovem grandes melhoras na vida daqueles que buscam o auxilio através de mais essa ferramenta.
Em fim, são muitas as opções de atuação com essa ferramenta que conhecemos como magnetismo, e que em nenhum momento, o local ou a pessoa que se apoderar e utilizar destas ferramentas irá descaracterizar a sua fé ou os preceitos doutrinários que ela siga. Acreditamos que o melhor tratamento, a melhor casa de atendimento caritativo, a melhor religião, a melhor filosofia de vida será aquela que mais proporcionar bem estar e auxilio ao seu praticante e ao seu simpatizante, facilitando e auxiliando na sua caminhada evolutiva.