Páginas

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Bombojira: A Polícia Feminina do Astral

Salve amigos leitores, mais uma vez estaremos abordando um trecho do livro Legião, porém, as elucidações agora serão feitas pelo Tata Caveira, do qual de maneira simples nos ensinara sobre os o importante papel das senhoras Bombojiras, a "polícia feminina do astral".


Ainda analisando as informações do livro Legião, agora buscamos, nas elucidações de Tata Caveira, aprender um pouco mais a respeito das tão incompreendidas Bombojiras, não há o que falar, apenas deixemos que o senhor Caveira nos ensine.

"Em seguida o local ficou repleto de guardiões. Notei também que algumas mulheres, semelhantes à polícia feminina, acorriam ao local próximo à sepultura onde a infeliz se mantinha refém. Eram espíritos de mulheres dotados de intenso magnetismo e que transmitiam segurança, dando a impressão de conhecer perfeitamente a tarefa que as aguardava. Estranhei, pois até aquele momento só observara a presença de espíritos com aparência masculina naquela equipe de guardiões do campo-santo.

— São a chamada polícia feminina do astral. Na umbanda, são conhecidas como pombajiras, ou bombonjiras (1) , como expressam melhor alguns umbandistas.

— Mas as informações que nos chegam acerca desses espíritos... — comecei a falar, logo sendo interrompido pelo tata dos caveiras.

— Sei, Ângelo, são desastrosas. As pessoas dizem, lá entre os encarnados, que as chamadas pombajiras são espíritos de mulheres da vida, prostitutas, ou coisa semelhante. Isso se deve muito mais à ignorância de médiuns e dirigentes, que desconhecem por completo a verdadeira identidade e a importante tarefa que desempenham essas guardiãs. Na verdade, formam uma falange de amazonas do plano astral e trabalham em todo caso que envolve sentimentos e emoções mal orientadas e desequilibradas, que é sua vocação. Como o presente caso exige um acompanhamento ligado ao emocional, nada melhor do que espíritos especializados nessas questões, que, além disso, são portadores da garra e da determinação que distinguem as guardiãs comprometidas com o bem do próximo. Elas operam nas encruzilhadas vibratórias, que não guardam relação com as chamadas esquinas das ruas terrenas. São exímias conhecedoras dos problemas do coração, da sensibilidade, e exercem seu trabalho com maestria quando se cruzam os problemas da razão, da perda do bom senso, com aqueles gerados por emoções descontroladas.

— Tenho muito que aprender...

— Ao contrário do que muitos médiuns expressam, em seu animismo confundido com mediunismo, esses espíritos não se comportam do modo como são retratados pela incompreensão. Para nosso desapontamento, muitos sensitivos, que desonram o verdadeiro trabalho dessas guardiãs, representam-nas, no momento da incorporação, utilizando palavrões, atitudes grotescas e maldosas, desprezando a oportunidade ímpar de concorrer para o equilíbrio do sentimento e das emoções, técnica que elas dominam como ninguém no astral inferior. Em suma, não podemos prescindir de sua atuação, pois nas esferas do umbral elas desempenham atividade fundamental no resgate dos espíritos comprometidos com o coração, a emoção e a sexualidade.

Dando uma pausa necessária para que eu assimilasse suas palavras, ele continuou:

— É certo, Ângelo, que existem espíritos na forma feminina que abusaram da sexualidade e, do lado de cá, continuam com seus desequilíbrios, tanto quanto ocorre com espíritos na forma masculina. Muitos médiuns se sintonizam com essas entidades, que várias vezes pretendem se mostrar, através da incorporação ou da psicofonia, como sendo bombonjiras. São farsantes, espíritos inferiores e desrespeitosos, que produzem mistificações as mais diversas ao estabelecer sintonia com médiuns obtusos, comprometendo assim a imagem e o trabalho sério das verdadeiras guardiãs."


(1) Apesar de este termo frequentemente ser grafado como pombagira, com "g" ao invés de "j", adotamos aqui a indicação do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, que recomenda evitar a forma com "g". O termo bombonjira, bem menos usual, ainda que mais correto, é mais frequentemente encontrado como bombojira, omitindo-se o "n". Igualmente preferimos a opção do Houaiss, que inclusive nem registra a segunda grafia. Com relação ao uso de maiúsculas, que o dicionário recomenda empregar sempre no uso desse termo, optamos por contrariá-lo. Entendemos que o que ele recomenda no verbete exu ("inicial maiúscula quando se refere ao nome do orixá; possibilidade de inicial minúscula ou maiúscula quando se refere à categoria do espírito) está mais de acordo com a convenção adotada nas obras da Casa dos Espíritos Editora. Não utilizamos maiúsculas quando o texto se refere às individualidades ou aos espíritos de um modo geral (como em os exus ou guardiões, as bombonjiras ou os espíritos), utilizando-as apenas quando a citação diz respeito ao orixá (tanto a divindade do panteão africano como a força ou vibração da natureza assim denominada: é o caso em Oxóssi, o orixá, ou, no polo oposto, Exu), ou ainda quando o nome comum torna-se particular ao ser usado por um espírito para se identificar (exemplos: Exu Veludo, Caboclo Pena Branca ou Pombajira Rainha).

"Legião: Um olhar sobre o reino das sombras" - Ângelo Inácio/ Robson Pinheiro
Casa dos Espíritos Editora


Nota: Alguns irmãos de fé talvez possam ficar contrariados frente a imagem de uma santa, utilizada no post para se referir às bombojiras, pombagiras, guardiãs, como queiram, porém, nos dias atuais o conceito e a imagem dessas abnegadas trabalhadoras está totalmente deturpado, ao procurar uma imagem tudo que encontramos é um sensualismo exacerbado,  escassez de roupas ou criações que beiram ao ridículo. Sendo assim, a fim de desmistificar esse conceito errôneo, assim como o próprio texto faz, buscamos trazer uma imagem totalmente diferente, mostrando que bombojiras são trabalhadoras sérias e que a cima de tudo servem a Deus, e não estão aqui para nos incitar os prazeres mundanos, mas nos ajudar a buscar a elevação junto ao Criador.