Salve a todos, viemos no dia de hoje dar inicio a uma série chamada "Ferramentas Universais", esta série visa abordar diversas técnicas e ferramentas trazidas pela espiritualidade ao ser humano, a fim de demonstrar que as mesmas são ferramentas complementares e que vem para somar sem descaracterizar nenhuma religião, portanto, podem ser utilizadas em sua maioria.
Primeiramente temos que entender qual
o significado da palavra religião. De acordo com nossas pesquisas a origem da
palavra religião vem do latim “religio”, que significa “louvor e
reverência aos deuses”. Porém, os etimologistas discutem bastante a respeito
sobre a real origem etimológica da palavra “religião”. No entanto, muitos
acreditam que tenha surgido a partir da junção do prefixo “re”, que
funciona como um intensificador da palavra que o sucede, neste caso “ligare”,
que significa “unir” ou “atar”. Assim, “religare” teria o sentido de
“ligar novamente”, “voltar a ligar” ou “religar”.
Sendo assim, vemos que o segundo
sentido, isto é, provindo do “religare”, a palavra religião significa nada mais
nada menos do que religar o homem a Deus. Diante desta afirmativa, nos
perguntamos, o que o ser religioso tem feito com as suas crenças e valores
dentro de seus grupos e segmentos religiosos?
Quando fazemos essa pergunta,
infelizmente o que nos vem à cabeça são as brigas, os preconceitos e uma ideia
que lamentavelmente ainda nos cerca, que é a ideia da verdade absoluta. Isto é,
dentro de diversas sendas religiosas, e vejam que jamais podemos generalizar,
pois nem todos agem assim, porém, dentro da maioria os seus líderes religiosos
acabam pregando a ideia de que a sua religião ou o seu caminho é o único e
verdadeiro que nos leva a Deus, esquecendo-se do: “Há muitas moradas na casa de
meu Pai”.
Por este motivo cria-se a
separação total entre as religiões, onde esta ideia de uma religião ser a
verdadeira morada de Deus acaba por incitar no ser humano as verdadeiras
disputas religiosas, uma briga entre homens que visa impor a sua opinião e o
seu modo de cultivar a Deus. Bem compreendemos isso nos dias atuais diante do
que vem ocorrendo no mundo, um exemplo disso é o recente ocorrido na França,
não é mesmo? Pois é, vejamos que o ser que deveria se utilizar da religião para
se elevar a Deus, ou melhor, se religar a Deus, utiliza-se da mesma para impor
aquilo que acredita, e a religião acaba por perder o seu maior sentido, pois
assim o homem se liga a verdadeira besta, sim, pois se saíssemos
momentaneamente do corpo e pudéssemos nos visualizar, nos denominaríamos uma
besta feroz.
Vejam que os valores acabam por
se inverter completamente e o que era para nos erguer pode acabar por nos fazer
cair. Porém, temos que manter nossos olhares atentos, pois estaremos errados se
acreditarmos que a religião é que faz isso com homem. Não! Não é culpa da
religião, mas sim, do religioso mal informado e ignorante perante a própria
religião que professa.
Vejam que tais disputas acabam
por prejudicar também as ferramentas que a espiritualidade nos traz como meio
de cura, que em sua maioria, para não generalizar, não substituem nenhum
fundamento, mas os complementam na arte da cura com Jesus. Porém, mais uma vez
o ser religioso acaba por querer por tudo a perder, levantando uma falsa
ortodoxia, e que aqui não queremos apunhalar o espiritismo, pois tal palavra
ficou marcante frente a esta religião, mas queremos dizer que a ortodoxia é
pregada em todas as religiões quando se trata de novas técnicas para auxiliar
nos atendimentos aos doentes da alma. Infelizmente os religiosos alegam que
tais técnicas descaracterizam a religião, porém, ao analisarmos tais técnicas,
coisa que aqui faremos, fica visivelmente fácil de entender que as mesmas são
simples complementos, que vem para, SOMAR, AUXILIAR e ser mais uma ferramenta à
nossa disposição. Eis o intuito desta série que iniciamos hoje, a fim de
demonstrar as ferramentas que temos à mão e que não utilizamos por preconceitos
religiosos e falta de conhecimento.
As técnicas apométricas:
Comecemos a abordar as diversas
ferramentas universais a partir de uma que foi desbravada com muita intensidade
por José Lacerda de Azevedo, trata-se da apometria.
Para falar um pouco desta
ferramenta, primeiramente devemos compreender o contexto dos quais muitos
espíritas e espiritualistas veem tal técnica. Nos dias de hoje há um termo
criado para afastar os que aplicam esta ferramenta dos grupos espíritas,
umbandistas e espiritualistas, aqui eu cito estes, pois tais técnicas visam ser
incluídas nas religiões que acreditam na manifestação do espírito e da vida
espiritual, sendo assim, foi criado o termo “apômetras”, a fim de demonstrar
que eles não são dessa ou daquela religião, mas que são uma coisa a parte,
quase como se a apometria fosse uma nova religião.
Pois é, vejam a que ponto
chegamos ao tratar uma ferramenta e seus trabalhadores, uma exclusão com base
em uma tal de preservação doutrinária, a fim de não descaracterizar a sua
doutrina.
Para que possamos compreender que
a Apometria não descaracteriza nenhuma doutrina vamos aqui falar um pouquinho
sobre ela, a fim de que entendamos seu sentido e no que se apoia, para que
conheçamos tal ferramenta. Lembramos que estamos dando aqui breves pinceladas,
pode ser que em outro momento venhamos a tratar especificamente cada uma delas
com muito mais detalhes de que carecem.
Sendo assim, de maneira vulgar
podemos dizer que a apometria se utiliza do fluido cósmico universal, que foi
abordado por Kardec em o Livro dos Espíritos, e José Lacerda em seu livro
Espírito Matéria explica que as técnicas apométricas, utilizadas através da
mente adestrada e com vontade firme, o ser pode manipular tal energia ou
fluido, para auxiliar os seres tanto desencarnados como os encarnados.
Porém, a apometria é regida por
13 Leis, das quais são utilizadas para realizar os trabalhos, vejamos quais são
elas:
1ª Lei - Lei do aesdobramento
espiritual;
2º Lei - Lei do acoplamento físico;
3º Lei - Lei da ação a Distância;
4ª Lei - Lei da formação de
campos de força;
5ª Lei – Lei da revitalização dos
médiuns;
6º Lei – Lei da condução do
espírito desdobrado;
7ª Lei - Lei da ação dos
espíritos desencarnados;
8ª Lei – Lei do ajustamento da
sintonia dos espíritos desencarnados;
9ª Lei – Lei do deslocamento de
um período no espaço e no tempo;
10ª Lei – Lei da dissociação do
espaço tempo;
11ª Lei – Lei da ação telúrica;
12ª Lei – Lei do choque do tempo;
13ª Lei – Lei da influência dos
espíritos desencarnados.
Sendo assim, a Apometria se
utiliza da energia cósmica, manipulando-a através do pensamento, dando assim,
de acordo com a Lei utilizada, o comando mental e verbal, utilizando-se também
dos pulsos magnéticos, os “famosos estalar de dedos”, que nada mais são do que
dinamizadores de energias a fim de alcançar maior impulso magnético na
manipulação das mesmas.
Certo, compreendendo tal
manipulação pensamos? Para que serve tal manipulação e como podemos ajudar os
espíritos através da mesma?
Pois bem, a Apometria é utilizada
para diversos fins, por exemplo, através da manipulação das energias é possível
ajudar espíritos sofredores, que muitas vezes vem a desencarnar devido algum
acidente que acaba por dilacerar seus membros, e por se manterem naquela faixa
mental, acreditam estar debilitados e assim apresentam em seus corpos
perispirituais a ausência de tais membros, sentindo grandes dores. Através da
manipulação das energias, com o concurso dos espíritos superiores, através das
leis apométricas é possível reconstituir o membro do espírito, auxiliando-o a
senti-lo novamente e conseguindo ajuda-lo na sua melhora.
Entretanto a apometria não para
por aí nas suas ações, até por que um dos principais caracteres da apometria é
a utilização do desdobramento de seus médiuns para atuar em conjunto com os
espíritos no plano astral. Vejam que no livro Legião: Um olhar sobre o reino
das sombras, o médium Raul se coloca a disposição para ajudar um espírito que
está preso ao túmulo, em auxílio a este trabalho, um grupo espírita que se
utiliza das técnicas apométricas também decide ajudar. No ambiente do centro,
os médiuns através dessa manipulação energética pelo uso da mente, dos pulsos
magnéticos e com o concurso dos espíritos superiores, projetam em um recipiente
do plano astral, essências de algumas ervas, e através da manipulação dos
elementais, as salamandras, com a ajuda de Pai João, eles potencializam a ação
de tais essências. Sendo assim, os espíritos superiores levam tais essências
até o cemitério, onde se desenrolava a trama no plano astral, além disso, os
médiuns no centro são desdobrados em mental, através do uso da 1ª Lei
apométrica, e vão junto com os espíritos até o cemitério, a fim de transmitir
para o dirigente do centro o que estava acontecendo durante os trabalhos no
plano astral em tempo real.
Essa técnica de desdobramento é
muito utilizada, pois visa atender também os encarnados, onde estes são
desdobrados, juntamente com eles os médiuns também o são, onde estes últimos
atuam em conjunto com os espíritos diretamente no corpo astral do paciente,
realizando verdadeiras cirurgias astrais, a fim de que a mesma repercuta no
corpo físico, auxiliando na recuperação do paciente. Ao mesmo tempo que os
médiuns estão desdobrados em mental, eles relatam em tempo real o que está
acontecendo no plano astral.
Vejam que tais técnicas
magnéticas são totalmente plausíveis dentro da doutrina espírita, pois ela
prega a mesma coisa, fala sobre desdobramento, tanto induzido como não, fala
sobre energia cósmica, sobre corpo astral, perispírito, sobre tudo, as técnicas
apométricas não fogem em nada o que prega a doutrina. E vejam que aqui
utilizamos a doutrina como parâmetro, pois acreditamos que a mesma é
extremamente rica, bem elaborada e que deve sempre ser utilizada para fins de
conhecimento sobre a espiritualidade. Então compreendemos que a apometria pode
ser aliada ao conjunto de trabalhos dos centros espíritas, umbandistas, espiritualistas
e demais “istas”, a fim de somar e complementar os trabalhos, dando total
suporte e facilitando a parceria entre encarnado e desencarnado nos trabalhos
mediúnicos.
Porém, devemos fazer uma
ressalva, a apometria não tem nada de errado, muito menos de ruim, o problema é
que muitas vezes acontecem que os trabalhadores leem o livro Espírito Matéria
do José Lacerda e acham que já estão pronto para trabalhar com a mesma. Tal
técnica deve ser muito bem estudada e conhecida antes de ser utilizada, o
próprio José Lacerda indicava que para aplica-la devia-se além de ler a obra, praticar
em conjuntamente dele e de seu grupo de trabalho por no mínimo 6 meses, a fim
de que com sua supervisão possa-se aprimorar-se a fim de realizar um bom
trabalho.
Vejam pessoal que essa ideia de
aprimorar-se serve para todas as ferramentas que iremos citar ao longo desta
série, pois toda a ferramenta deve ser afiada, e nestes casos o único modo de
afiá-las é estudando-as e conhecendo-as, para não sair fazendo bobagem como
acontece muito nos dias atuais.
Estude, conheça e não fique
limitado, temos mil e umas ferramentas as nossas mãos, mas todas devem ser
muito bem estudas para serem utilizadas. Temos que ter esta noção sempre em
nossa consciência.
Fica aqui então a dica da
primeira ferramenta da série “ferramentas universais”, brevemente abordada,
trazendo aí apenas uma pincelada para que todos se sintam estimulados a
pesquisarem mais e conhece-la a fundo.
Referências:
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Espírito/Matéria Novos Horizontes Para a Medicina - José Lacerda de Azevedo
Legião: Um Olhar Sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio/ Robson Pinheiro
Legião: Um Olhar Sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio/ Robson Pinheiro
Dicionário Etimológico - http://www.dicionarioetimologico.com.br/