Salve salve! Seguindo nossa série de posts sobre a história da Umbanda, hoje trazemos um resumo da segunda parte da missão do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, que não era somente criar a religião de Umbanda no Brasil, mas expandi-la para todo o país.
“Dez anos mais tarde, o Caboclo
das Sete Encruzilhadas iniciou a segunda etapa de sua missão: a fundação de
sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da
Umbanda.
A Tenda da Piedade trabalhava
ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados,
considerados loucos, na época. Já então contavam-se às centenas as curas
realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmada pelos
próprios médicos que recorriam à Tenda, em busca da cura dos seus doentes. E o
Caboclo anotava, na lista que lhe apresentavam com o nome dos enfermos, os que
poderia curar: eram os obsedados, portadores de moléstias de origem espiritual;
os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los.
Nas reuniões doutrinárias que se
realizavam as quintas-feiras, a entidade preparava os médiuns que seriam
indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos. Fundaram-se assim:
- Tenda N. Sra. Da Guia, direção
de Durval de Souza;
- Tenda N. Sra. Da Conceição, com
Leal de Souza;
- Tenda São Pedro, com José
Meireles;
- Tenda Santa Bárbara, com João
Aguiar;
- Tenda de Oxalá, com Paulo
Lavois;
- Tenda São Jorge, com João
Severino Ramos;
- Tenda São Jerônimo, com José Álvares
Pessoa, as duas últimas fundadas já na década de 20.
As correntes mediúnicas
formavam-se inicialmente na Tenda da Piedade. E muitas vezes Zélio
responsabilizava-se pelo pagamento do aluguel dos prédios que seriam a sede dos
novos templos, até que estes adquirissem independência, através das
contribuições dos associados.
E a Umbanda expandia-se pelos
Estados. Em São Paulo, fundaram-se 23 Tendas, na capital 19 e em Santos. Sempre
que o trabalho profissional o permitia, Zélio participava pessoalmente da
instalação dos templos. Esteve em São Paulo, Minas, Espírito Santo. Não podendo
ir ao Rio Grande do Sul, enviou médiuns capacitados para o cumprimento da
missão. Em Belém fundou-se a Tenda Mirim dirigida por Joaquim Bentes, capitão
do exército, que pediu transferência da capital da República, onde servia, para
o Estado do Pará, a fim de levar ao Extremo Norte a mensagem do Caboclo das Sete
Encruzilhadas.
Confirmava-se a frase pronunciada
na Federação Espírita, em 15 de novembro de 1908:
- Levarei daqui uma semente e vou
plantá-la em Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa.
Em 1937, os templos fundados pelo
Caboclo das Sete Encruzilhadas reuniram-se, criando a Federação Espírita de
Umbanda do Brasil. Anos mais tarde, acompanhado de Floriano Manoel da Fonseca e
outros dirigentes da Federação, Zélio iria a São Paulo instalar a Federação
Umbandista do Estado. Em 1947 fundou o JORNAL DE UMBANDA que durante mais de
vinte anos foi um órgão de divulgação doutrinária de valor. Nele colaboraram
Olivio de Novais, João Severino Ramos, W.W. da Mata e Silva, Cavalcanti
Bandeira, Reynaldo Xavier de Almeida.”
"Origem da Umbanda - Módulo I" - Padrinho Juruá