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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Umbanda - Início de uma longa jornada - Parte III

Salve salve! Seguindo nossa série de posts sobre a história da Umbanda, hoje trazemos um resumo da segunda parte da missão do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, que não era somente criar a religião de Umbanda no Brasil, mas expandi-la para todo o país.


“Dez anos mais tarde, o Caboclo das Sete Encruzilhadas iniciou a segunda etapa de sua missão: a fundação de sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da Umbanda.

A Tenda da Piedade trabalhava ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados, considerados loucos, na época. Já então contavam-se às centenas as curas realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmada pelos próprios médicos que recorriam à Tenda, em busca da cura dos seus doentes. E o Caboclo anotava, na lista que lhe apresentavam com o nome dos enfermos, os que poderia curar: eram os obsedados, portadores de moléstias de origem espiritual; os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los.

Nas reuniões doutrinárias que se realizavam as quintas-feiras, a entidade preparava os médiuns que seriam indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos. Fundaram-se assim:

- Tenda N. Sra. Da Guia, direção de Durval de Souza;

- Tenda N. Sra. Da Conceição, com Leal de Souza;

- Tenda São Pedro, com José Meireles;

- Tenda Santa Bárbara, com João Aguiar;

- Tenda de Oxalá, com Paulo Lavois;

- Tenda São Jorge, com João Severino Ramos;

- Tenda São Jerônimo, com José Álvares Pessoa, as duas últimas fundadas já na década de 20.

As correntes mediúnicas formavam-se inicialmente na Tenda da Piedade. E muitas vezes Zélio responsabilizava-se pelo pagamento do aluguel dos prédios que seriam a sede dos novos templos, até que estes adquirissem independência, através das contribuições dos associados.

E a Umbanda expandia-se pelos Estados. Em São Paulo, fundaram-se 23 Tendas, na capital 19 e em Santos. Sempre que o trabalho profissional o permitia, Zélio participava pessoalmente da instalação dos templos. Esteve em São Paulo, Minas, Espírito Santo. Não podendo ir ao Rio Grande do Sul, enviou médiuns capacitados para o cumprimento da missão. Em Belém fundou-se a Tenda Mirim dirigida por Joaquim Bentes, capitão do exército, que pediu transferência da capital da República, onde servia, para o Estado do Pará, a fim de levar ao Extremo Norte a mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Confirmava-se a frase pronunciada na Federação Espírita, em 15 de novembro de 1908:

- Levarei daqui uma semente e vou plantá-la em Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa.


Em 1937, os templos fundados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas reuniram-se, criando a Federação Espírita de Umbanda do Brasil. Anos mais tarde, acompanhado de Floriano Manoel da Fonseca e outros dirigentes da Federação, Zélio iria a São Paulo instalar a Federação Umbandista do Estado. Em 1947 fundou o JORNAL DE UMBANDA que durante mais de vinte anos foi um órgão de divulgação doutrinária de valor. Nele colaboraram Olivio de Novais, João Severino Ramos, W.W. da Mata e Silva, Cavalcanti Bandeira, Reynaldo Xavier de Almeida.”

"Origem da Umbanda - Módulo I" - Padrinho Juruá