Olá pessoal! Hoje gostaríamos de tratar a respeito de uma ferramenta de atendimento ao público que é pouco ou porcamente utilizada dentro dos terreiros. Essa ferramenta é o processo de triagem.
Compreendendo que o Centro, Terreiro, Casa de Umbanda é um hospital/escola, onde espíritos, dos mais diversos, se reúnem para curarem suas mazelas, seja servindo a alguém ou sendo servido; aprenderem sobre questões espirituais, emocionais, psíquicas e diversos outros conhecimentos, necessitamos refletir uma coisa.
Em qualquer tipo de escola ou hospital, aqueles que ingressam nesses lugares necessitam ter conhecimento do local, para que assim se portem de maneira correta, e também, é necessário que essas pessoas sejam catalogadas e registradas para frequentarem esses ambientes.
Ai questionamos: O Terreiro sendo um hospital/escola, não seria necessário um acompanhamento e registro de quem está frequentando o mesmo, e não meramente visitando-o?
Compreendemos a visão daqueles que acham que seus terreiros devem funcionar como pronto socorro, com as portas sempre abertas, oferecendo o auxílio sem olhar a quem, mas não precisamos concordar com essa postura.
Respeitar e compreender não é a mesma coisa que concordar!
No post passado já falamos a respeito da utilização de uma disciplina dentro dos terreiros, referente a manter as portas dos mesmos abertas sem horário específico. Tratamos no post dos benefícios que uma disciplina de horários traz e os malefícios que a falta da mesma ocasiona a uma casa de Umbanda.
Mas agora foquemos nas pessoas que frequentam os Centros de Umbanda. Será que implementar um sistema de entrevistas, com diálogos fraternos e cadastro de uma ficha pessoal, para cada pessoa que frequenta sua casa, seria algo negativo, ou anti-caritativo?
Alguns alegam que esse tipo de postura atua de maneira negativa em uma "casa de caridade", pois barra as pessoas de entrarem diretamente para receberem o "conforto" dos guias.
Primeiramente necessitamos reavaliar nossas posturas dentro das casas de Umbanda, onde como trabalhadores, ou dirigentes, acostumamos negativamente os frequentadores, deixando que eles adentrem a casa com uma ideia totalmente imediatista e distorcida do que é e como funciona um tratamento espiritual.
Os trabalhadores e dirigentes necessitam sair do comodismo de acharem que tudo se resume a "passes" e "consultas" espirituais, e começarem a aplicar técnicas de magnetismo, programação e reestruturação mental através de palestras, com teor moral ou esclarecedor, necessita-se explorar outras técnicas dentro de uma casa, e não sobrecarregar e responsabilizar os espíritos por tudo que se faz dentro do terreiro.
Os espíritos necessitam de parceiros, não de dependentes acomodados e mercenários, que resolvem tudo batendo o "cartão" do terreiro no final de semana, e fazendo suas "obrigações", despachos e oferendas.
Se uma casa oferece uma triagem para o consulente, é sinal de que essa casa quer oferecer um acompanhamento mais integral aos seus atendidos, acompanhando caso a caso, tendo a possibilidade de entrar em contato com as pessoas que, por algum motivo, deixam de comparecer nos seus tratamentos. Essa casa pode saber o progresso de seus frequentadores, como pode também, oferecer segurança aos seus trabalhadores.
Como assim oferecer segurança aos seus trabalhadores através de uma triagem?
Hora! Através dessa ferramenta, conseguimos saber quem está frequentando nossa casa, qual o motivo dessa pessoa ali, e como ela está encarando seu tratamento. Desse modo, barra-se a entrada de pessoas meramente curiosas e mal intencionadas, que a mando de terceiros, invadem os terreiros de Umbanda para testar os médiuns dessas casas.
Esse tipo de pessoa não consegue se encaixar dentro de uma disciplina, onde para adentrar os tratamentos daquele terreiro, e só depois começar a ter contato com os guias e etc, necessita assistir algumas palestras e passar por uma entrevista que irá registrá-la na casa.
Triagem proporciona maior amplitude em nossos tratamentos, sem contar no sentimento de acolhimento e carinho que uma pessoa sente ao ser ouvida e bem recebida numa entrevista, por alguém que tem conhecimento e vontade de ajudar em seu terreiro.
Não estamos aqui para apontar defeito em casas que não possuem essa ferramente inserida nos seus trabalhos, simplesmente queremos trazer todos a uma reflexão.
A Umbanda passa por um processo de renovação e aprimoramento, assim como diversas outras vertentes religiosas, e assim, precisamos desconstruir algumas barreiras, quebras alguns dogmas, retirar excessos e colocar ferramentas úteis, que venham a somar e contribuir para uma melhoria benéfica em nossos Centros, Terreiros, ou Casas de Umbanda.