Páginas

terça-feira, 15 de março de 2016

Portas fechadas ou abertas?

Salve salve. No post de hoje abordamos um tema não muito explorado nos centros de Umbanda nos dias atuais, isto é, tratamos do horário de entrada dos frequentadores no centro e as consequências que podem trazer o entra e sai de pessoas em uma casa que atende com suas portas abertas.


Nos dias atuais podemos observar muitos centros e terreiros que mantêm suas portas abertas durante os trabalhos que realizam, isto é, não possuem um horário de chegada com término do mesmo, permitindo que os frequentadores adentrem a casa no horário que bem entenderem, desde que cheguem enquanto haja atendimento, é claro.

Acreditam que a casa deve manter suas portas abertas, pois afinal é uma casa de caridade, e o frequentador ao tentar entrar no centro e não ser permitido seria uma falta de caridade para com ele não é mesmo? Não! Não cremos nisso.

Há alguns aspectos que desejamos tratar no post de hoje que demonstrarão, tanto com referência a acontecimentos de ordem material como espiritual, que podem ocorrer por causa desta falta de disciplina com o horário de entrada dos frequentadores.

Pois bem, quando o centro deixa suas portas abertas para a entrada de pessoas a qualquer tempo, a primeira coisa que temos que observar é que, com as portas abertas o centro fica totalmente a mercê da entrada de qualquer um, isto é, podendo adentrar o local um ladrão com o intuito de roubar o centro e todos os frequentadores que estiverem dentro. Não que antes isso não pudesse acontecer, mas vejam que, em um horário específico de entrada a uma grande movimentação de pessoas, os trabalhos de passes e atendimentos ainda não começaram, e são muito mais pessoas atentas a essa movimentação, a fim de evitar quaisquer transtornos. Outro fato é que os trabalhos geralmente acabam por volta de 22h ou 22:30h quando à noite, há casos em que os trabalhos acabam muito mais tarde, e ter a porta aberta nestes horários não é aconselhável, pois propicia oportunidade para os casos já citados.

Alguns podem acreditar que isto é bobagem, dizendo que os guias espirituais jamais deixariam que isso ocorresse, pois eles estão lá para proteger e dar a sustentação, evitando quaisquer ocorrências deste tipo. Contudo, as coisas não são bem assim, é dever do dirigente e do centro ter o mínimo de cuidado e disciplina, afinal os trabalhos não se dão em termos de escravidão espiritual, onde os guias têm de fazer tudo, mas sim em termos de parceria. Ora! Vocês realmente acham que o dirigente de um centro não tem responsabilidades frente aos trabalhos e como estes acontecem? Ele é quem dirige e determina as coisas no plano físico, orientado pelos seus guias, mas quem faz, ou melhor, materializa estas ações é ele, dirigente, através da palavra e de suas ações. Não podemos esquecer ainda, que tanto o dirigente, o centro, os médiuns como os frequentadores possuem inimigos, dos dois lados da vida, e dar brecha para qualquer tipo de ataque desencadeará algum tipo de consequência, uma delas pode ser a que citamos. E também, já não cansamos de ver centros espíritas, umbandistas, espiritualistas e outros “istas” mais serem invadidos, assaltados, e ainda, terem suas imagens e elementos destruídos? Pois é, isso não significa que não tinha ninguém guardando o local na espiritualidade, mas sim, que devemos tomar os devidos cuidados e precauções sempre.

Saindo deste aspecto mais físico e adentrando em seu lado espiritual, precisamos entender algumas coisas. Primeiramente devemos compreender que existem guardiões que trabalham exatamente guardando a entrada e o perímetro que envolve todo o centro. Estes guardiões, na Umbanda, são os chamados Exus das Porteiras, eles possuem a tarefa de criar campos de contenções que envolvem todo o centro, estes campos atuam barrando a entrada de energias densas e de espíritos com propósitos contrários ao bem que estejam ligados aos frequentadores ou não, que estão indo se tratar na casa, ainda atuam limpando o psiquismo dos encarnados, pois como sabemos, cada ser é um universo e possui suas dificuldades e problemas íntimos, sendo assim, estes campos absorvem as formas pensamentos negativas e desligam os cordões energéticos densos ligados a seres encarnados ou desencarnados que estejam do lado de fora do centro.

O que ocorre é que após a entrada de todos os que vão se tratar no centro, estes guardiões reforçam os campos de contenções que envolvem a casa, sendo assim, ninguém mais entra, nem encarnado e nem desencarnado. Quando permitimos que as pessoas adentrem o centro após esse reforço dos campos, os mesmos são rompidos, criando brechas que dão condições para a entrada de espíritos com ideais nefastos, através dessas brechas espíritos mais inteligentes se ligam mentalmente com os frequentadores, criando dificuldades para os atendimentos que ocorrem na casa.

Vejam que essas brechas permitem que entidades com propósitos contrários ao bem adentrem o centro criando muitas vezes confusões antes mesmo dos atendimentos, isto é, são aquelas ocorrências que pessoas passam mal na assistência, alguns “incorporam” algum espírito, outros começam a tremer, babar, gritar, em fim, os demais frequentadores perdem o foco do trabalho e ficam preocupados, outros acham interessante e logo a balburdia está estabelecida, tirando a concentração até mesmo dos médiuns que estão se preparando para darem início aos trabalhos.

É importante que compreendamos isto, pois em alguns centros é permitido que os próprios médiuns se ausentem momentaneamente para fumar do lado de fora do terreiro, embora não concordamos com a prática do fumo em dias de trabalho, é importante que se observe que nesse ato de sair do terreiro e entrar novamente várias vezes, ocasionam esse rompimento nos campos de contenção de que estamos falando, e vejam, nessas ocasiões são os próprios médiuns que atrapalham os trabalhos.

Ainda falando dos campos de contenção, é necessário que o dirigente antes mesmo das portas serem abertas para os frequentadores entrarem, criem campos de forças ou de contenção em volta do terreiro, campos estes que são criados através de evocações e disciplina mental, porém, pasmem, ainda há dirigentes que não sabem evocar a criação de um campo de força ou de contenção, deixando seus centros a mercê de diversos tipos de ataques, infelizmente os dirigentes de Umbanda acham que o magnetismo e algumas práticas como as evocações de elementais, por exemplo, são coisas de outra religião, ou ainda, dizem ser “esoterismo”, e acabam assim deixando o centro, os médiuns e os frequentadores muitas vezes a mercê de energias negativas.

Portanto, todos os campos que são criados, seja através das evocações do dirigente e pelas ações diretamente dos Exus, durante o trabalho com o entra e sai de pessoas, são rompidos, o que dificulta muito os trabalhos de guarda dos centros.

Por isso que em alguns centros há um horário específico para o fechamento das portas da casa, e quem entrou receberá os atendimentos, quem não entrou não entrará mais. Alguns ainda já puderam presenciar outra situação, os frequentadores que saem da casa não entram mais. Isto se dá exatamente por causa dos motivos aqui expostos.