
Nos dias atuais podemos observar
muitos centros e terreiros que mantêm suas portas abertas durante os trabalhos
que realizam, isto é, não possuem um horário de chegada com término do mesmo,
permitindo que os frequentadores adentrem a casa no horário que bem entenderem,
desde que cheguem enquanto haja atendimento, é claro.
Acreditam que a casa deve manter
suas portas abertas, pois afinal é uma casa de caridade, e o frequentador ao tentar
entrar no centro e não ser permitido seria uma falta de caridade para com ele
não é mesmo? Não! Não cremos nisso.
Há alguns aspectos que desejamos
tratar no post de hoje que demonstrarão, tanto com referência a acontecimentos
de ordem material como espiritual, que podem ocorrer por causa desta falta de
disciplina com o horário de entrada dos frequentadores.
Pois bem, quando o centro deixa
suas portas abertas para a entrada de pessoas a qualquer tempo, a primeira
coisa que temos que observar é que, com as portas abertas o centro fica totalmente
a mercê da entrada de qualquer um, isto é, podendo adentrar o local um ladrão
com o intuito de roubar o centro e todos os frequentadores que estiverem dentro.
Não que antes isso não pudesse acontecer, mas vejam que, em um horário
específico de entrada a uma grande movimentação de pessoas, os trabalhos de
passes e atendimentos ainda não começaram, e são muito mais pessoas atentas a
essa movimentação, a fim de evitar quaisquer transtornos. Outro fato é que os
trabalhos geralmente acabam por volta de 22h ou 22:30h quando à noite, há casos
em que os trabalhos acabam muito mais tarde, e ter a porta aberta nestes
horários não é aconselhável, pois propicia oportunidade para os casos já
citados.
Alguns podem acreditar que isto é
bobagem, dizendo que os guias espirituais jamais deixariam que isso ocorresse,
pois eles estão lá para proteger e dar a sustentação, evitando quaisquer
ocorrências deste tipo. Contudo, as coisas não são bem assim, é dever do
dirigente e do centro ter o mínimo de cuidado e disciplina, afinal os trabalhos
não se dão em termos de escravidão espiritual, onde os guias têm de fazer tudo,
mas sim em termos de parceria. Ora! Vocês realmente acham que o dirigente de um
centro não tem responsabilidades frente aos trabalhos e como estes acontecem?
Ele é quem dirige e determina as coisas no plano físico, orientado pelos seus
guias, mas quem faz, ou melhor, materializa estas ações é ele, dirigente,
através da palavra e de suas ações. Não podemos esquecer ainda, que tanto o
dirigente, o centro, os médiuns como os frequentadores possuem inimigos, dos dois
lados da vida, e dar brecha para qualquer tipo de ataque desencadeará algum
tipo de consequência, uma delas pode ser a que citamos. E também, já não
cansamos de ver centros espíritas, umbandistas, espiritualistas e outros “istas”
mais serem invadidos, assaltados, e ainda, terem suas imagens e elementos
destruídos? Pois é, isso não significa que não tinha ninguém guardando o local
na espiritualidade, mas sim, que devemos tomar os devidos cuidados e precauções
sempre.
Saindo deste aspecto mais físico
e adentrando em seu lado espiritual, precisamos entender algumas coisas. Primeiramente
devemos compreender que existem guardiões que trabalham exatamente guardando a
entrada e o perímetro que envolve todo o centro. Estes guardiões, na Umbanda,
são os chamados Exus das Porteiras, eles possuem a tarefa de criar campos de
contenções que envolvem todo o centro, estes campos atuam barrando a entrada de
energias densas e de espíritos com propósitos contrários ao bem que estejam
ligados aos frequentadores ou não, que estão indo se tratar na casa, ainda
atuam limpando o psiquismo dos encarnados, pois como sabemos, cada ser é um
universo e possui suas dificuldades e problemas íntimos, sendo assim, estes
campos absorvem as formas pensamentos negativas e desligam os cordões
energéticos densos ligados a seres encarnados ou desencarnados que estejam do
lado de fora do centro.
O que ocorre é que após a entrada
de todos os que vão se tratar no centro, estes guardiões reforçam os campos de
contenções que envolvem a casa, sendo assim, ninguém mais entra, nem encarnado
e nem desencarnado. Quando permitimos que as pessoas adentrem o centro após
esse reforço dos campos, os mesmos são rompidos, criando brechas que dão
condições para a entrada de espíritos com ideais nefastos, através dessas
brechas espíritos mais inteligentes se ligam mentalmente com os frequentadores,
criando dificuldades para os atendimentos que ocorrem na casa.
Vejam que essas brechas permitem
que entidades com propósitos contrários ao bem adentrem o centro criando muitas
vezes confusões antes mesmo dos atendimentos, isto é, são aquelas ocorrências
que pessoas passam mal na assistência, alguns “incorporam” algum espírito,
outros começam a tremer, babar, gritar, em fim, os demais frequentadores perdem
o foco do trabalho e ficam preocupados, outros acham interessante e logo a
balburdia está estabelecida, tirando a concentração até mesmo dos médiuns que
estão se preparando para darem início aos trabalhos.
É importante que compreendamos
isto, pois em alguns centros é permitido que os próprios médiuns se ausentem
momentaneamente para fumar do lado de fora do terreiro, embora não concordamos
com a prática do fumo em dias de trabalho, é importante que se observe que
nesse ato de sair do terreiro e entrar novamente várias vezes, ocasionam esse
rompimento nos campos de contenção de que estamos falando, e vejam, nessas ocasiões
são os próprios médiuns que atrapalham os trabalhos.
Ainda falando dos campos de
contenção, é necessário que o dirigente antes mesmo das portas serem abertas
para os frequentadores entrarem, criem campos de forças ou de contenção em
volta do terreiro, campos estes que são criados através de evocações e disciplina
mental, porém, pasmem, ainda há dirigentes que não sabem evocar a criação de um
campo de força ou de contenção, deixando seus centros a mercê de diversos tipos
de ataques, infelizmente os dirigentes de Umbanda acham que o magnetismo e
algumas práticas como as evocações de elementais, por exemplo, são coisas de
outra religião, ou ainda, dizem ser “esoterismo”, e acabam assim deixando o
centro, os médiuns e os frequentadores muitas vezes a mercê de energias
negativas.
Portanto, todos os campos que são
criados, seja através das evocações do dirigente e pelas ações diretamente dos
Exus, durante o trabalho com o entra e sai de pessoas, são rompidos, o que
dificulta muito os trabalhos de guarda dos centros.
Por isso que em alguns centros há
um horário específico para o fechamento das portas da casa, e quem entrou
receberá os atendimentos, quem não entrou não entrará mais. Alguns ainda já
puderam presenciar outra situação, os frequentadores que saem da casa não
entram mais. Isto se dá exatamente por causa dos motivos aqui expostos.